24 de abril de 2016

A Intrigante e Necessária Queda de Lúcifer e da Raça Humana - O Inimaginável Propósito - Terceira Parte

Ézio Pereira da Silva 
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Sendo Deus bom e amoroso como, de fato, é, teria cabimento Ele permitir todo o mal acontecer e não destruí-lo total e definitivamente, antes de exercer suas ações destrutivas?

Para todas essas questões, conforme disse antes, há apenas uma e simples resposta: Existe um plano de Deus para tudo isso! Podemos considerar essa questão como uma parte da meta-história. Como se tivéssemos olhos observando a história, do lado de fora dela.                    

Tudo o que acontece no universo infinito está intimamente ou diretamente associado ou relacionado com a vontade de Deus; seja para determinar, permitir ou rejeitar. Todas as coisas passam, necessariamente, pela vontade perfeita ou a vontade permissiva de Deus.

Nada acontece, ou deixa de acontecer, no universo infinito, visível e invisível, sem que Deus mande ou permita! Absolutamente nada! Sem o aval dele, nada é feito. Seja por intervenção pontual e imediata, direta ou indireta, em dado momento na história ou por intermédio de lei promulgada e pré estabelecida.

Verdadeiramente, Ele é o Senhor absoluto de todas as coisas!
Esse fato precisa ser considerado como premissa para tudo que se move no universo e tem vida. De igual modo, o mesmo vale para tudo que é inanimado.

Para uma singela pergunta, como:
Porventura, pode acontecer alguma coisa na terra sem que Deus permita?
A resposta será: Não! Isso é impossível! Ou é da vontade perfeita ou permissiva dele. Jamais, porém, sem consentimento seu. Ainda mesmo quando algo possa lhe trazer algum desprazer, de alguma forma, se sua ocorrência for imprescindível.

Essa verdade, entretanto, não isenta o ser humano de sua responsabilidade. 
O universo tem um único dono! E esse dono manda nele e em tudo que nele há, tendo sobre ele o domínio eterno e absoluto e o controle total.

Ele exerce seu controle na natureza física (Mt 10.29) formada por Ele, e sobre os seres vivos, criados por Ele (João 19.11).

Como seu plano ora em curso, Deus está colocando ordem no caos que se instalou no cosmos, e consertando tudo aquilo que foi atingido com a conflagração revoltosa de Lúcifer - Satanás, o Dragão, que envolveu parte dos anjos e afetou aspectos físicos do planeta Terra - "Terra sem forma (caos, confusão)..." - Gn 1.2; "Houve batalha no céu" - Ap 12.7-13.


II - O PLANO IMENSURÁVEL, INIMAGINÁVEL E PERFEITO

Para justificar ou explicar coisas tão grandiosas, profundas, profusas, sofridas, dolorosas que aconteceram aqui na face da terra, tanto de bom quanto de ruim, somente um plano inimaginável e propósito magnífico e elevado poderia ter sido idealizado, planejado e levado a efeito por Deus.

Esse plano de Deus é completamente bom, perfeito, necessário, justo, amoroso, grandioso, inaudito, imensurável, benéfico, sábio, relevante, urgente, inadiável, irreversível, inédito, solucionador, único, singular, insubstituível, eficaz, inspirado, definitivo, inerrante, não sujeito a experimento, certeiro, provado e aprovado, definido, oportuno/tempestivo, previsto, preparado, independente, imposto, poderoso, envolvente, outorgado, não sujeito a avaliações, abrangente e universal (o universo infinito, visível e invisível). 
Caso não fosse, Deus, com certeza, não o teria colocado em prática.

Um dia, na eternidade, quando tivermos sido plenamente aperfeiçoados pelo Senhor e tudo houver sido desvendado, vamos saber, conhecer e entender tudo e o porquê de todas as coisas aqui na terra terem acontecido da forma como aconteceram.


OPÇÃO ÚNICA OU MELHOR OPÇÃO 

Era extremamente necessário o pecado entrar no mundo! Isso podemos afirmar com certeza absoluta. Pelo menos, pelo seguinte motivo: se não houvesse essa necessidade ou, ainda que tivesse, Ele não quisesse, o pecado não teria, de forma nenhuma, atingido a raça humana. Exatamente, por Deus ser quem Ele é e ter o caráter que possui.

Quem poderia ter introduzido o pecado no mundo sem que Deus não o soubesse antes, não permitisse ou não quisesse? O que poderia forçar o Senhor Deus a isso?

Na hipótese de não ter sido sua vontade, Ele tinha poder suficiente para impedir e não o fez. Por quê? A razão é porque não quis impedir. Mesmo Ele sabendo antecipadamente de todas as suas consequências.

Por outro lado, se Deus queria estabelecer seu plano, como de fato o fez, quem poderia impedi-lo? Qual seria o ser suficientemente poderoso para estorvar Deus de cumprir os seus propósitos? "Agindo Eu, quem impedirá?" - Isaías 43.13.

Indagações simples se fazem necessárias: 
Deus poderia ter criado o ser humano com uma condição diferente? Ou seja, sem a possibilidade de pecar?

Fundamentada em alguns traços de sua personalidade, conforme discorremos um pouco antes, a resposta óbvia para esse questionamento é: sim! Deus poderia ter feito o homem não sujeito à queda!

Essa condição atenderia o propósito de Deus, qualquer que fosse ele?
Por que razão Deus não escolheu essa opção? Por qual razão Ele fez como fez?

Em decorrência dessa obviedade, faz-se imperiosa, então, outra pergunta: se Ele podia, então por qual razão não fez?

Se não o fez e optou por fazer como fez, conclui-se que, por tudo aquilo escrito acima, é evidente que existia uma necessidade irremediável, indubitável e uma razão extremamente grandiosa e imensurável para isso.

Essa razão extrapola todos os limites da eternidade, vai muito além do entendimento e foge da compreensão, pensamentos e cogitações dos seres humanos.

Se houvesse outra alternativa, fica extremamente claro que Deus não usaria essa opção. Ou, pelo menos, lançaria mão de outra melhor.

Entretanto, sem qualquer dúvida, essa foi a escolhida por ser a melhor, mais justa, boa, correta, necessária, perfeita e amorosa, já que tudo o que Deus faz possui intrinsecamente essas qualidades.

E Ele o fez de forma justa, amorosa, sábia e objetiva. Ou seja, criar o ser humano com a possibilidade de pecar. Sujeito ao pecado. O pecado deveria, necessariamente, entrar no mundo, através do ser humano.

O PLANO INDESCRITÍVEL 

Há um propósito gigantesco e extremamente maravilhoso, amoroso, benigno, sábio, incompreensível, de um mistério tão nobre quanto enorme, que nunca pode até agora ser revelado ou, pelo menos, não compreendido na sua essência, permanecendo, ainda, inaudito, encoberto, incognoscível, até mesmo, por muitos dos mais íntimos homens e mulheres de Deus.

Esse plano engloba não apenas a humanidade de todos os tempos. Vai além ainda, afetando todos os seres vivos naturais e sobrenaturais, todos os aspectos físicos da natureza, de todos os lugares visíveis e invisíveis do universo. Continua oculto desde milênios e da eternidade passada. Extrapola os limites do que é material e palpável e envolve todas as esferas sobrenaturais e espirituais.

Pode ser que Deus, por alguma razão, nunca quis ou, talvez, não tenha podido revelar aos seres humanos, mesmo aos seus filhos, qualquer indício do que seja seu conteúdo.

Tal projeto divino objetiva beneficiar seres humanos e seres sobrenaturais; destruir, para sempre e pela raiz, a essência do mal e todas as suas consequências, em todas as extensões do universo infinito visível e invisível.

Qual foi o propósito de Deus em criar o ser humano sujeito ao pecado? O que Ele queria com isso? Mais ainda; o que Ele está fazendo agora, neste exato momento na história da humanidade?

Há que se saber: Quem somos nós? De onde viemos? Por que razão estamos aqui?
Qual o sentido da vida? Para onde vamos?
Quem naturalmente não deseja ter conhecimento dessas coisas?
Quem poderia saber se respostas corretas a essas indagações não pertencem ou não estão contidas nesse grandioso propósito de Deus?

Seria uma pensamento, uma lógica, uma teoria e uma teologia do absurdo imaginar que, sendo Deus quem é e o que é, permitir, concordar ou não se importar com tudo que já aconteceu e acontece no mundo, sem que houvesse em curso um plano que justificasse tudo que ocorreu na história humana até agora.

Sua implementação era irreversível, irremediável, inadiável e de concretização inabdicável e imprescindível. Se houvesse opção diferente, menos sofrida e menos trágica, quem sabe Deus a teria escolhido?

Por qual razão Deus, o Pai, sacrificaria a vida de seu Filho Jesus Cristo e o submeteria ao maior, indescritível, profundo, abrangente e cruel sofrimento, sem precedentes nem subsequentes na história do ser humano, sem que houvesse uma necessidade real, concreta para isso?

Reforçando os questionamentos:
Deus sabia que Lúcifer iria pecar e se rebelar contra Ele? Sabia!
Então, por que Deus o criou assim?
Deus sabia que o ser humano iria cair em pecado? Sabia!
Por que Deus o fez com a possibilidade de pecar e não o criou isento?

A resposta é uma só: a imprescindibilidade de o pecado entrar em Lúcifer e na raça humana, para cumprir um propósito maior, arquitetado na antiguidade passada.
Isso não poderia deixar de acontecer! Por quê?

Porque havia em andamento como, de fato, ainda há, um plano perfeito de Deus para tudo isso. Havia uma necessidade impreterível. Não podia deixar de ser executada.

Por essa razão, foi propósito de Deus que o pecado entrasse primeiro em Lúcifer e, depois, no mundo. Ou seja, na raça humana.
Qual era o objetivo? Ainda não sabemos! Só podemos afirmar seguramente que havia um plano nos desígnios eternos de Deus.

Sua origem remonta a bilhões de anos atrás, a eras eternas, muito além do alcance e do conhecimento humano.

Tudo isso faz parte de uma realidade mais ampla, abrangente e um propósito maior no plano eterno de Deus, com implicações futuras para o infinito universo espiritual, humano e físico.


III - AGENTES REPRESENTANTES DO MAL

Não quereria Deus, porventura, personalizar o mal, designando-lhe agentes representantes (Lúcifer e o ser humano) e, com isso, fazer com que ele (o mal) deixasse de ser apenas um princípio, uma essência, e se revelasse tal como é, a fim de que fosse destruído para sempre?

Por esse motivo, na sua infinita graça, sabedoria, soberania, poder e propósitos para o futuro eterno do universo infinito, visível e invisível, com tudo o que nele há, Deus criou e está usando um ser extremamente forte e poderoso (Lúcifer) e um ser extremamente fraco e débil (o ser humano).

Fez deles agentes portadores e executores do pecado, que é a manifestação real e concreta do princípio e essência do mal já existente no cosmos, com o objetivo de exterminá-lo, de forma completa e definitiva.

Será que já passou pela cabeça de alguém que Deus teria usado Lúcifer, um ser angelical fortíssimo, dotado de capacidade e condições adequadas para ser o principal e poderoso agente, que pudesse representar, com eficácia, toda a essência do mal?

Logicamente, como ser criado, sua posição hierárquica em poder é infinitamente inferior à Santíssima Trindade mas, superior a qualquer outro ser criado por Deus, haja vista ter promovido uma rebelião de anjos contra Deus - Ap 12.3-4.

Do outro lado, já imaginamos o quanto o ser humano é frágil em tudo? Um verdadeiro vaso de barro, quebradiço, fraco em extremo. Necessita, para sobreviver, manter uma luta diária e constante contra os limitadores da vida. 

Se não se alimentar, morre; se não respirar, morre; se não ingerir líquidos, morre; se não dormir, morre; se sua pressão arterial cair demais, morre; se subir demais, morre; se sair da atmosfera terrestre sem preparo, morre!

Além disso, está sempre sujeito e convivendo com os perigos de enfermidades, pestes, doenças, as mais diversas. Pode morrer de frio, de calor, por acidentes diversos, etc. Possui, ainda, um corpo em extremo fraquíssimo, sujeito às mais estranhas loucuras e ações de todas as espécies de males.

Tudo isso, sem contar com os perigos espirituais, que possuem o potencial de levar o ser humano  a situações inexplicáveis, que podem acabar em morte física e culminar com a morte espiritual eterna.

Qual a razão de toda essa extrema debilidade? Evidente, que Deus quis criar ele assim, com um propósito. Poderia ter formado uma criatura muito forte mas, não quis. Não era para ser! Não podia ser!

Tudo tem um sentido, uma razão, uma finalidade! Além de extremamente débil, acrescente-se, ainda, sua queda no pecado. Tornou-se um ser ainda mais dependente de Deus, da sua graça, de seu favor e, também, alvo de sua misericórdia.


CONTRASTES

Nada disso é sem sentido ou sem propósito. Mostra que a manifestação do bem origina-se no íntimo do coração de Deus. Isso motiva a ação misericordiosa de Deus pelo ser humano. "Onde abundou o pecado superabundou a graça". Ou seja, sem Deus não há vida! À parte dele, apenas a morte prevalece em todas as dimensões da vida, com consequências próprias.

Deus mostra, dessa forma, a essência do bem. Não haveria como o bem se revelar como bem, se não houvesse o mal como parâmetro, contrastes ou comparação.
Percebem isso? O bem só pode ser entendido, visto, percebido e recebido como bem, se contrastado ou comparado com o mal. De outra forma, não há compreensão do caráter daquilo que é bom.

Coisas opostas se revelam, ou se definem, é pelo contraste existente entre elas.

Daí o mal ter de se revelar com todo o vigor de sua força e extremamente mau sobre uma criatura frágil, a fim de que Deus, com o bem, se expresse como infinitamente bom, revelando, mostrando e oferecendo a sua misericórdia.

Dá para entender essa forma de Deus revelar o bem? Somente com a presença do mal, que é o contraditório, isso pode acontecer.

Entendo todas essas coisas como uma das razões da necessidade da queda. O bem só pode ser entendido e percebido como bom, se comparado ao mal. E, como o bem é bom em extremo, faz-se necessário um mal muito grande, também extremo em quantidade e qualidade, para que possa ser ressaltada a extrema bondade do bem.

O mal precisa ser visto, entendido e sentido na sua realidade. Isto é, como a antítese do bem. Ou vice-versa; o bem como a antítese do mal.


CONCLUSÃO

Tudo que já aconteceu no mundo, tudo o que está acontecendo e o que ainda virá a acontecer, já era do conhecimento eterno do Deus Eterno e ainda continua sendo.

Tudo o que foi escrito até aqui, mostra a lógica cristalina do que o Senhor fez e, sobretudo, a razão e a necessidade do estabelecimento daquele idealizado e sábio plano de Deus, conforme descrito acima, resumidamente.
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Deus sabe o que faz! Precisamos entender e receber as verdades da sua Palavra!
Ele viu que era necessário fazer exatamente como fez. Isso deve bastar para nós!

Sabendo que Deus está "...desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra...". Efésios 1.9-10.

Em suma, só nos resta, em tudo, confiar em Deus e em seus propósitos. E temos uma ótima razão para isso: Ele jamais decepcionou ninguém. Nem o fará jamais!

13 de abril de 2016

A Intrigante e Necessária Queda de Lúcifer e da Raça Humana - O Inimaginável Propósito - Segunda Parte

Ézio Pereira da Silva



ORA, o pecado não agiu sozinho, porque ele não é um ser possuidor de vontade própria! O pecado consumado é um estado de alma; uma intenção concretizada e manifestada pela ação. É uma ação originada e gerada por uma intenção. 

Na melhor das hipóteses, o pecado pode ser involuntário mas, nunca algo que tivesse, em si mesmo, o poder de dominar a raça humana. O pecado só atuou por determinação divina ou sua permissão. Isso é inquestionável!

Para que o pecado pudesse chegar ao ser humano, havia a necessidade da determinação ou permissão de Deus. De outra forma, seriam invalidadas algumas características, ou atributos, essenciais e próprias da sua pessoa. 

Nesse caso, Deus não seria Deus! Porém Ele, de fato, é o Eterno e Todo Poderoso Deus.

Como poderia Ele mesmo praticar ou permitir que se praticasse qualquer ato que representasse o mal e prejudicasse a raça humana, sem que houvesse extrema necessidade para isso?

Observação: Essa verdade não se aplica a Lúcifer, tendo em vista que, no seu caso, Deus o criou exatamente com essa finalidade e propósito. Ou seja, para ser o principal agente, representante e disseminador do mal - ver Provérbios 16.4.

Sendo assim, caso seja estranho para nós, e de difícil assimilação, absorver a realidade da existência desse plano da parte de Deus, é necessário entender que a questão não diz respeito a Deus mas, a nós! O problema está em aceitarmos que Ele tenha decretado esse plano e não em Deus de lidar com ele e através dele.

Considerando esses atributos, perfeições e características da pessoa de Deus, e com esses argumentos, é que devemos aguardar, com paciência, o cumprimento de tudo o que estiver nos seus desígnios com esse grandioso e magnífico propósito.

Com essas considerações em evidência, atentemos para algumas premissas:

1) Nada do que defendo nesta tese dá permissão, liberdade nem imunidade, tampouco faz vista grossa para a prática de qualquer tipo de pecado. A presente proposição não outorga licença para a permissividade. Não é um salvo-conduto para o erro. Muito menos coloca sobre Deus, o Criador, a responsabilidade pela existência e para a prática do pecado.

Mesmo diante de todo o conteúdo desse projeto de Deus, não há, de maneira nenhuma, nem um determinismo, nenhuma autorização, concordância ou favorecimento para o pecado.

Antes de tudo, deve ficar bastante claro e entendido que, o fato de estar no propósito de Deus que o pecado entrasse no mundo, não significa, não apoia, nem é um passaporte ou desculpa para a prática do pecado.

Ninguém pode, sinceramente, se valer do que defendo aqui para pecar e, depois, se justificar dizendo: "já que o pecado, necessariamente, deveria entrar no mundo, esse fato me isenta de ser culpado por ele, porque não poderia lutar contra isso. Essa condição me foi imposta, ainda na eternidade".

Esse pensamento não é honesto, nem devota a Deus temor, nem respeito nem honra. Parte de uma premissa falsa e denota uma mente leviana, que deseja viver na prática do pecado.

2) O ser humano é o único responsável pelos seus atos. Todo indivíduo responde diretamente a Deus pelos seus pecados. "Cada um dará contas de si mesmo a Deus" - Rm 14.12.

Todas as pessoas devem estar cientes de que "... O salário do pecado é a morte" - Rm 6.23.
Nada justifica o pecado e livra o ser humano de suas consequências. O único e exclusivo meio para o perdão, a justificação e a purificação dos pecados, com vista à salvação e a vida eterna, é o arrependimento e a fé em Jesus Cristo e seu sangue purificador.

A idealização, estabelecimento e execução desse plano de Deus jamais foi ou será desculpa ou licença para o cometimento de pecados.

A prova dessa verdade é que existem aqueles que desejam viver uma vida sem pecado, não usam desse artifício e só pecam devido às fraquezas e limitações de sua natureza pecaminosa. No entanto, não possuem, de fato, nenhum prazer no erro. Eles seguem os caminhos designados pelo Senhor!

3) Qualquer consideração desfavorável a essa compreensão, ou entendimento diferente desse, deve ser debitado a uma interpretação errônea e distorcida do que vou dizer. Que tudo isso fique bem e plenamente compreendido.

Tendo esclarecido essas observações, com esse entendimento e compreensão vamos às considerações que envolvem tão importante assunto e que, para muitos, pode ser ainda um mistério de Deus.


CONJECTURAS

Algumas questões extremamente inquietantes, com relação ao pecado na história da humanidade, inundam a cabeça de muitas pessoas, e se tornam um mistério incompreensível, insolúvel e difícil de decifrar, deixando-as perplexas.

Diante dessa realidade sobre a pessoa de Deus, dois pontos precisam ser considerados:

Primeiro, eu sei a resposta exata, simples, correta e perfeita para essa questão: Existe um plano divino. Este é um ponto que não comporta questionamento, se este for, pelo menos, razoável, sério, honesto e sadio.

Segundo, eu não sei a razão, o propósito, os detalhes, o conteúdo e a finalidade desse plano! Apenas, sou forçado a admitir a sua existência. 

No máximo, possuo algumas conjecturas.

Uma delas poderia ser que, através do pecado (que é a manifestação ou concretização do mal) na raça humana, Deus se utilizasse dele para destruir eternamente aquilo que eu costumo chamar de: o princípio ou a essência do mal no universo infinito.

Lembrando que, o pecado consumado (ou seja, praticado por pensamento, palavra, ação, intenção, atitude, gesto, olhar, etc), é a manifestação, a concretização, a própria materialização do mal.

Isso seria a resposta para questões, por exemplo, do sofrimento? Deus estaria usando o sofrimento, principalmente de seus filhos, como arma letal para a destruição completa, total e definitiva deste princípio ou essência do mal?

Será que, com esse propósito, Deus não estaria levando a essência do mal reinante no universo à destruição definitiva e o estabelecimento do bem? Quem sabe?

A única certeza claramente compreensível é esta: Existe um plano, cujo caráter e propósito é apenas razoavelmente percebido, não mais que isso, em função do que conhecemos de Deus e do que a Bíblia nos revela a seu respeito.

Vendo a questão de certa perspectiva, esse entendimento é simples. Não é algo inatingível. Pode ser considerado, até mesmo, como um raciocínio lógico dedutivo.

Deus idealizou um projeto, estabeleceu um decreto e colocou em ação, desde a eternidade passada, um plano; uma obra inaudita, tremenda e jamais vista, sabida ou ouvida em tempos imemoriais. 

Ela continua em execução em, pelo menos, uma parte do universo infinito, visível e invisível, tanto o natural quanto o sobrenatural, neste exato momento e época na história em que vivemos.

Nesse plano foram incluídas as necessárias quedas de Lúcifer e da raça humana. Deus determinou, por um ato soberano seu e somente seu, que assim fosse.

Imensurável, indescritível e extraordinário benefício para a eternidade futura, esse desígnio de Deus impactará, determinando e definindo o destino e a existência do conjunto de todas as coisas no universo infinito, centralizando-as na Pessoa e na autoridade de Jesus Cristo.

Mesmo não o conhecendo na sua essência, é razoável imaginar que esse plano de Deus possa, em seu raio de ação ou área de influência, contemplar várias ações e cumprir algumas promessas feitas pelo Senhor Deus, desde épocas remotas até aos dias apostólicos, já na era da Igreja.

Assim pensando, é possível que pode haver a possibilidade de que esse plano envolva:

a) métodos de execução e tipos de procedimentos que visam, em todos os aspectos, o estabelecimento definitivo do bem, em substituição do mal;

b) decisões e fatos ocorridos no passado, como a vinda de Jesus à terra para dar a oportunidade do homem ser salvo e todos os desdobramentos dessa decisão divina;

c) o julgamento de Lúcifer (Satanás), sua condenação, sentença final e arremesso na posse no seu destino eterno;

d) acontecimentos presentes e futuros, tais como, a vitória dos cristãos sobre o pecado e a morte eterna;

e) destruição da essência do mal;

f) redenção do planeta Terra e toda a sua natureza, fauna, flora, atmosfera (todo o ecossistema atual);

g) a inauguração do estado eterno da paz, amor e harmonia entre todas as criaturas de Deus;

h) a destruição da força do pecado sobre os seres humanos e angelicais;

i) o reconhecimento em todo o universo eterno, visível e invisível, da pessoa de Jesus Cristo como o Senhor absoluto do universo físico e espiritual; natural e sobrenatural;

j) o estabelecimento do amor de Deus como a força superior que dominará e reinará em toda a criação de Deus pela eternidade sem fim ...

Revelado ou não, esse plano que Deus tem em sua mente e que presentemente se encontra em execução, conforme disse um pouco acima, se revela extremamente gigantesco, incrivelmente fenomenal e infinitamente estupendo.

Imaginar Deus lançando mão de coisas grandiosas entre os homens e de criaturas gigantescas e fenomenais (anjos, seres espirituais poderosos, etc), visíveis  e invisíveis  para realizar e cumprir esse plano, com toda a certeza, é extraordinariamente magnífico!


INTERROGAÇÕES AUXILIARES

Oportuno e relevante nesse ponto, seria suscitar, com perspectiva conclusiva, certas indagações que poderão auxiliar numa melhor compreensão.

Se Deus é:
Onipotente, isto é, Todo-Poderoso;
Onisciente, isto é, conhecedor de todas as coisas, nos tempos passado, presente e futuro;
Perfeitamente e plenamente bondoso, benigno, justo e amoroso, por que permitiu (e é certo que permitiu, caso contrário, não teria acontecido) Adão pecar, tendo como consequência natural, o pecado tomando de assalto a raça humana e colocando-a debaixo de seu domínio?

Ele não sabia? 
Ele sabia mas, não tinha poder para impedir?
Foi Ele pego de surpresa e teve seus planos frustrados a respeito do ser humano?
Ele sabia mas, não amava a raça humana a ponto de não permitir sua queda?
Por que não impediu que Satanás enganasse a Eva?
Por que Ele permite o pecado, o mal e todo esse sofrimento cruel durar tanto tempo, inclusive com reflexos na natureza física e nos animais?

Por ser Ele tudo o que foi dito acima e muito mais, conhecedor de tudo antecipadamente e baseado no que Ele é e faz, há apenas um motivo, nenhum outro, para Deus ter criado o ser humano tão fraco como o criou e sujeito a pecar: um plano eterno, por Ele decretado, para cumprir seus propósitos eternos.

Com essas características da pessoa de Deus e as considerações mencionadas, é que devemos aguardar, com paciência, tudo o que, na sua soberania, estiver dentro de seus planos, com esse propósito grandioso.

                                                               ******///******

Continua.  Aguarde a Terceira Parte! 

A INTRIGANTE E NECESSÁRIA QUEDA DE LÚCIFER E DA RAÇA HUMANA - O Inimaginável Propósito - Primeira parte

Ézio Pereira da Silva


INTRODUÇÃO

Existem algumas verdades incrivelmente absolutas, das quais entendo que já devemos delas ter conhecimento e plena certeza de suas realidades, uma vez que estão registradas na Bíblia, juntamente com a revelação do caráter e da pessoa de Deus.

Biblicamente irrefutáveis e incontestáveis, desejo compartilhar algumas delas. 
Sem me obrigar a entrar no mérito de cada uma, pretendo, entretanto, abordá-las para me centrar em um ponto principal, por considerá-lo de muita importância para o contexto de nossa época.

Espero em Deus que o conteúdo contribua para edificação e crescimento de muitos.

São elas:

a) Em eras eternas passadas, um ser angelical, conhecido hoje como Lúcifer, um santo querubim criado por Deus, caiu, quando o pecado entrou em sua existência;

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b) Um ser humano, chamado Adão, santo, criado à imagem e semelhança de Deus, caiu, quando o pecado entrou em sua vida;

c) Toda a descendência de Adão, a raça humana, consequentemente, caiu com ele, obviamente, por causa do parentesco com seu ascendente, o pai de todos os humanos;

d) A natureza física terrestre, ou seja, todo o ecossistema do planeta terra, logicamente incluídos aí, os animais irracionais, passou a sofrer as conseqüências desse desastre ocorrido com aqueles seres racionais;

e) O Deus Eterno, o Todo Poderoso, em função da razão lógica de seus perfeitos atributos, evidentemente tinha pleno conhecimento de tudo o que deveria acontecer, antes mesmo de ter idealizado, projetado, criado e dado vida àquelas criaturas;

f) Com o conhecimento prévio, amplo, profundo, completo, perfeito e absoluto desses acontecimentos futuros, em virtude de sua presciência, Deus providenciou ou, pelo menos, permitiu para que esses fatos, por Ele previstos mas, ainda futuros, se concretizassem numa ocasião própria, que Ele designaria;

g) Deus previamente, de forma antecipada, não só detinha pleno conhecimento e consciência de tudo, como sabia perfeitamente o que iria fazer. Ele mesmo, idealizou um plano, planejou e cuidou para que o tornasse realidade. Tudo exatamente de acordo com o que havia projetado, em consonância com o conselho de sua vontade perfeita, começou, então, a colocá-lo em execução. Por determinação sua, na presente era em que estamos vivendo, esse plano se encontra em pleno andamento.

O que, na realidade, estou dizendo? Estou afirmando que, sendo plenamente Todo Poderoso, Deus poderia ter criado Lúcifer e o ser humano imunes ou resistentes ao pecado.

Apesar disso, mesmo tendo conhecimento prévio, total, pleno, detalhado e profundo do que ia acontecer com Lúcifer e com a raça humana, por razões diversas Ele não quis fazer assim e escolheu agir de maneira diferente e criar tanto um quanto o outro sujeitos ao pecado e ao mal.

Como resultado dessas afirmações, ainda que seja lamentável, é perfeitamente compreensível que não haja unanimidade ou mesmo concordância com o pensamento, entendimento e a proposição que aqui apresento.

No entanto, pesa-me o dever de informar que, se houver discordância ou opinião adversa ou contrária, certamente vai esbarrar em algum atributo de Deus, conforme pode ser lido nos parágrafos a seguir, e ferir pelo menos uma de suas perfeições.


O FOCO PRINCIPAL

O entendimento da revelação que a Bíblia nos traz sobre o assunto é este: A queda de Lúcifer e da raça humana fazem parte de um plano inimaginável que Deus idealizou, cujo conhecimento parece ser extremamente escasso para um grande número de cristãos, se não mesmo, para a maioria. 

Sinceramente espero e acredito que haja conhecimento desse fato, pelo menos, para alguns.


O CONHECIMENTO DE DEUS

Sabedor dessa realidade, entendo ser meramente impossível alguém ter uma boa compreensão do tema que proponho, sem que possua um mínimo de conhecimento da pessoa bendita de Deus.

Para um melhor entendimento do que é aqui tratado, necessário se faz para alguns, antes de tudo, obter um pouco mais de luz, buscando uma compreensão mais abrangente e aprofundada do Deus Eterno.

Com essa finalidade, relaciono a seguir algumas informações sobre o caráter de Deus. Na verdade, um pequeno vislumbre de quem Deus realmente é.


I - O CARÁTER (atributos ou perfeições) DO DEUS ETERNO

Temos conhecimento de Deus como um ser:
- supremo e único Criador;
- totalmente bom;
- presciente. Sabedor de todas as coisas antecipadamente;
- todo-poderoso;
- onisciente;
- onipotente;
- onipresente;
- totalmente amoroso;
- que não faz absolutamente nada em vão, sem propósito, necessidade ou
sem sentido;
- que não se frustra;
- que não é surpreendido por nada nem por ninguém;
- que não se ilude, nem pode ser iludido;
- que nunca erra, nem se engana;
- que não é sádico;
- benigno;
- misericordioso;
- longânimo;
- perdoador;
- gracioso;
- perfeito no seu caráter ilibado e em tudo que faz;
- totalmente justo;
- plenamente santo;
- perfeitamente organizado;
- eterno;
- que domina sobre todas as coisas visíveis e invisíveis;
- soberano;
- majestoso;
- íntegro;
- magnânimo;
- imutável;
- inatingível pelo mal;
- perfeito;
- compreensivo;
- solidário com o sofredor;
- compassivo;
- piedoso;
- que vê perfeita, plena e simultaneamente o passado, o presente e o futuro;
- atemporal. Não é afetado pelo tempo nem a ele se limita;
- transcendente;
- fonte de toda a sabedoria, ciência e conhecimento infinitos.

* Obs.:
Amplie um pouco mais o seu conhecimento de Deus, lendo a esse respeito nesse link: http://blogdoezio.blogspot.com/2015/04/o-verdadeiro-deus.html

Essas informações mínimas sobre o Criador do universo, mesmo sem esgotar a lista de suas características e atributos, já serão suficientes para, necessariamente, concluirmos que:

Deus é bom - não podia deixar o mal atingir suas criaturas;
Deus é Todo Poderoso - poder suficiente para não permitir o mal se manifestar;
Deus é onisciente (envolve a presciência) - sabia de tudo o que ia acontecer;
Deus é presciente - tinha conhecimento de tudo antes que tudo acontecesse;
Deus é perfeito - impossível ser enganado, equivocado, surpreendido, etc.;
Deus é previdente - nunca pode ser frustrado ou decepcionado;
Deus é sábio - não precisa fazer nenhum tipo de experiência;
Deus é misericordioso - o sofrimento humano não lhe é agradável;
Deus é organizado - o caos não faz parte de seu caráter;
Deus é santo - não comete qualquer espécie de iniquidade;
Deus é justo - nunca age com injustiça;
Deus é infalível - não erra jamais;
Deus é onipotente - possui (ou é a fonte de) todo o poder;
Deus é amoroso - todos os atos dele são amorosos, tal como Ele é amoroso;
Deus é benigno - tudo o que faz, de alguma ou mais forma, produz o bem;
Deus é soberano - não deve favores nem presta contas a ninguém;
Deus é provedor - supre perfeitamente a necessidade do mundo que criou;
Deus é onipresente - está presente ao mesmo tempo (ou simultaneamente) em todo o infinito universo, visível e invisível.

Seus atributos são correta e apropriadamente chamados de "as perfeições de Deus".
Esses seus atributos, como todos os outros, são perfeitos e plenamente bons e benéficos.

O verso 17 do Salmo 145 mostra que "Justo (correto na conduta e no caráter) é o SENHOR em todos os seus caminhos (caráter moral), benigno (bondoso, santo) em todas (completude, pleno, total) as suas obras (feitos, empreendimentos).

Dúvidas, indagações, certa perplexidade e relutância em aceitar os seus planos, decorrem, exatamente, da falta de conhecer, de fato, quem Deus é e como Deus é. E, passo seguinte, começar a acreditar, realmente, que Ele é quem diz ser.

Crer no que Deus, realmente é, em sua bondade e amor, proporciona maiores condições de entender e aceitar seus desígnios, na certeza de que Ele, como sempre e em tudo, está fazendo o que é de melhor, mais perfeito, amoroso, santo, justo e bom.


JUSTIFICATIVA

Nada pode ser censurado ou contestado quando questões complexas, abrangentes, polêmicas e profundas, como as que estamos analisando, possam ter como solução uma resposta correta, simples, certeira e que diz tudo, como a do exemplo abaixo.

Questões: Por que Lúcifer caiu? Por que o pecado entrou no mundo?

Resposta: Porque Deus quis!

Todavia, tentamos fazer mais compreensíveis essas questões, dissecando e aprofundando aspectos e desdobramentos a elas relacionados.

Por causa de todas essas e outras perfeições de seu caráter, Deus só permitiu o pecado atingir a raça humana, porque era algo extremamente imprescindível à realização de seus propósitos perfeitos, eternos, justos, amorosos, bons e sábios, naturais e sobrenaturais, e que contribuiria para o benefício futuro de sua criação e o louvor da sua glória.

E eu penso ser exatamente essa a razão e a motivação de Deus para fazer, ou permitir que se fizesse, exatamente dessa forma.

De outra maneira, como o pecado poderia passar sob o crivo, a vigilância, a barreira intransponível e a batuta do Deus Todo Poderoso e tocar a raça humana, caso não fosse unicamente por sua determinação ou consentimento, ou ambos? 
Não existe a menor possibilidade de isso ter acontecido.

Continua na Segunda Parte. Aguarde!