21 de maio de 2009

O que vem depois da lei de "homofobia"



UBE - BLOGAGEM COLETIVA

União de Blogueiros Evangélicos

VOCÊ VAI PERMITIR?
(¿Usted lo permitirá?)

Pastor Hector Muñoz Uribe - Concepción/Chile

Tradução de João Cruzué

O que você diria se um homossexual entregasse a "teu" filho de oito anos um “manual” para convencê-lo de que suas condutas [homossexuais] são inteiramente normais? Que diria você se esse “manual” lhe inculcara que as condutas homossexuais não são aceitas por culpa da Igreja e da moral cristã que você tem ensinado?

Que diria você, se soubesse que esse “manual” vem acompanhado de um cursos, que inclui algumas “tarefas” como fazer um convite para um homossexual vir a sala de aula para que explique suas próprias experiências, ou pior ainda, efetuar visitas a organizações de homossexuais, onde se lhe explicará com todos os detalhes como se deve “assumir” a homossexualidade?

E, que diria você se o Ministério da Educação (do Chile) outorgasse um respaldo oficial a este “manual” dando-lhe boas vindas, como acaba de fazê-lo a chefe do Departamento de Educação Extracurricular do Ministério de Educação, Magdalena Garretón: “São muito bem-vindos os materiais para ensinar sobre este tema” (publicado no Jornal El Mercúrio em 28 de abril de 2009) ainda que o MEC – Chileno não o respalde?

Tal situação não é uma mera possibilidade. Ao contrário, é muito provável que seu filho deva estudar o manual “Educando na diversidade, orientação sexual e identidade de gênero” editado pelo “Movimiento de liberación homossexual [do Chile] e financiado pelo governo socialista de Extremadura (Comunidade Autônoma da Espanha, cuja Capital é Mérida) e pelo “Movimiento homosexual Triángulo”, também da Espanha.

Esse “manual” se destina, em uma primeira edição, a 250 colégios da Região Metropolitana de Santiago para crianças desde a 7ª séria do ensino fundamental até o 4º ano do ensino médio, além de oferecê-lo gratuitamente em página da WEB.

Seu objetivo é acostumar aos meninos, e entre eles pode estar “teu” filho, com as condutas homossexuais, acabar com qualquer objeção de consciência a essas condutas e, por último, a quem já tenha sido pervertido por suas diretrizes, a “sair do armário” publicamente. Ou seja, uma apologia da homossexualidade.

Mas este "manual" não fica apenas na teoria. Explica também a meninos e meninas que em seu "processo de auto-conhecimento" se deve destruir a "homo-transfobia-interiorizada", acabar com o recato e a vergonha sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Em poucas palavras, isto significa que os ativistas homossexuais trataram de convencer a muitos meninos, que se encontram em uma fase de amadurecimento incipiente, de que são homossexuais sem sabê-lo, e que mais adiante se devem comportar como tais.

Posteriormente lhes mostra, nesse processo de "auto-conhecimento", que poderão ter experiências "de intimidade com pares homossexuais ou transexuais e, finalmente, lhes recomenda, a "saída do armário", ou seja, que proclamem sem vergonha sua condição homossexual.

Segundo o "manual", a principal culpada da discriminação aos homossexuais é a influência do cristianismo. Uma das religiões que consideram a homossexualidade com um pecado que atenta contra a moral e os bons costumes.

O "manual" explica aos meninos que "o pecado é um conceito religioso que somente se baseia na Bíblia, em texto "não conclusivo".

A consequência é que "teu" filho, na medida que se deixe induzir por ativistas homossexuais, se convencerá da "normalidade" de tais condutas, e terminará inevitavelmente rechaçando qualquer influência moral da religião, por crer que esta é a causadora de todas as discriminações.

Toda esta incitação à imoralidade e instigação à apostasia da moral cristã está sendo financiada pela Junta de Extremadura do PSOE (partido político da Espanha) e pela fundação espanhola "Triángulo" de lésbicas e homossexuais para impor sobre o Chile o que hoje já é lei na Espanha: as uniões civis homossexuais e a adção de crianças por parte desses "casais".

Mas o objetivo do Movimento de honossexuais (Movilh) é que o Ministério da Educação - 0 do Chile - incorpore o manual para lhe dar uma distribuição nacional. Segundo eles, o Movilh com esta publicação está "fazendo as vezes" do MEC-Chileno.

Afirma o "Movilh" que há jovens que estão solicitando sua publicação em todas as nas províncias chilenas (de Arica a Punta Arenas) sem embargo, uma política educação sexual para estudantes via Ministério da Educação ( CNN Chile, 18 de abril, 2009)

Isto é uma clara pressão para que o Governo do Chile "encampe" este manual como um texto educativo para todo o país. Tal eventualidade é bem provável, uma vez que o grande financiador das atividades do "Movilh" é precisamente o governo do Chile.

Ademais, o próprio Ministério de Educação do Chile há deu as "boas-vindas" a este péssimo manual e no passado recomendou um livro de conteúdo muito semelhange que aconselhava aos meninos: "Faça contato com alguma pessoa homossexual que você conheça". Se puder, convide-a para conversar em seu curso no colégio" (Cambiando de Piel" - edição "La morada" 1997)

Pense um pouco em "teu" filho, ou em "tua" netinha. Pense na pressão do ambiente desse curso, nas burlas e sanções, se se obstina em considerar que as condutas homossexuais são "intrisicamente desordenadas" ou simplesmente, um pecado, como sempre tem ensinado a Igreja cristã.

Resistirá?

Este "manual" é uma clara incitação à apostasia da moral cristã e da fé, e um curso de perversão sexual para as crianças; para seu filho e para sua filha e faz parte de uma campanha para descristianizar o Chile desde suas próprias raízes.

E não pense que se você os matricular em um colégio cristão estarão a salvo desta influência. O "manual" foi redigido graças a uma "experiência piloto" realizada em vários colégios, entre os quais, o "Alma Matar" e o "Monsenhor Enrique Alvear", que dizem ter uma orientação católica.

É necessário e urgente exercer uma presão sobre o Ministério da Educação para impedir que aqueles que pretendem dar um respaldo oficial a este "manual" tenham êxito. Se a Ministra da Educação não vir, de parte dos pais de família uma forte reação conrtra esta campanha de pervertimento de nostros filhos, poderá por ceder diante das pressões do movimento dos homossexuais.

As declarações de boas-vindas da chefe do departamento de Educação Estracurricular do Ministério da Educação Chileno, Magdalena Garretón, a este material, são um claro indício de que se pretende aprovar oficialmente esta publicação.

Por esta razão, é urgente que você faça chegar agora mesmo seu protesto a Senhora Ministra e re-envie este email a todos seus conhecidos. Envie agora mesmo seu protesto. Emails e cartas o mais que puder. Que o Chile se informe da verdadeira realidade.

Email recebido do Pastor Hector Muñoz por João Cruzué, via Facebook.

Original em espanhol: Blog Mirar Cristiano


Comentário: precisa dizer mais alguma coisa? Hoje isto está acontecendo no Chile; amanhã, provavelmente, poderia acontecer no Brazil. Vejo uma Igreja cristã brasileira indiferente, desatenta e desmobilizada. Do outro lado, o exército dos "amalequitas" está formado. A Igreja não está levando em consideração o tamanho do mal que está por vir. Que suas lideranças acordem e comecem a se mexer dentro do exercício democrático. Tanto em oração quanto politicamente. Engana-se quem pensa que se a Lei da "homofobia" passar, o ativismo homossexual vai se arrefecer. Aí está o exemplo do Chile para que ninguém se deixe enganar. (João Cruzué)

20 de abril de 2009

O FIM DO MUNDO


 Ézio Pereira da Silva

Você acredita no fim do mundo? Acredita que o mundo acabará?
Não! O mundo não terá fim!
Em diversas situações, textos e contextos, na linguagem escrita, falada ou, até mesmo pensada, "O Fim do Mundo" ou "O mundo vai acabar" é uma idéia que denota, em sua origem, o fim de tudo, inclusive do planeta terra.
Essa é uma frase frequentemente empregada (pensada, escrita ou verbalizada) em várias partes do nosso planeta; e é muito provável que seja pela maioria de seus habitantes.
Mas, quem disse mesmo que o mundo se acabará? Você acha que o mundo vai acabar?
Não! Não vai! Pelo menos, não como muitos podem pensar; como algo que será aniquilado para sempre.
- “Mas, não haverá um fim?”- “Tudo vai continuar da mesma maneira como é hoje?”
- “Não vão acabar todas as coisas?” “Não haverá um ponto final para tudo?”
Bem...! Colocadas assim, essas questões básicas da existência humana aqui na terra, podem ser melhor elucidadas, com respostas simples, claras, certas e esclarecedoras, para uma compreensão mais fácil.
Existem dois textos da Bíblia que desejo mencionar sobre esse assunto.
O primeiro está na segunda carta de Pedro, capítulo 3, versículos 10 a 12. Eles falam de uma destruição física que, sem dúvida, ocorrerá em um futuro bem próximo.
O segundo se encontra no versículo 13, do mesmo capítulo da referida carta, o qual revela a existência futura e eterna de novos céus e nova terra, confirmada na última epístola da Bíblia, o Apocalipse, capítulo 21, verso 1, como o cumprimento da promessa feita por Deus, conforme registrada no livro de Isaías, capítulo 66, verso 22.
O ponto crucial desses questionamentos envolve uma realidade próxima e certa, e desemboca na principal e mais relevante questão a ser feita e respondida: qual é a importância disso para mim?
Tudo depende de uma decisão a ser tomada por você a respeito de Jesus Cristo, antes dos futuros acontecimentos, e que determinará a sua relação com a eternidade sem fim.
Existem apenas duas opções, das quais você, obrigatoriamente, pode escolher apenas uma.

Uma decisão é: desconsiderar o que estou propondo. Nesse caso, você deve estar consciente do que irá lhe suceder eternamente. Aqueles que pensam tomar uma decisão diferente daquela proposta de seguir a Jesus devem ter uma preocupação séria e repensar mil vezes antes de serem envolvidos em todas as suas consequencias.

A outra decisão (a que eu aconselho) é: Se você acreditar em Jesus e recebê-lo como seu Senhor e Salvador, entregando a ele a sua vida, nenhuma preocupação você precisa ter em relação ao seu futuro eterno. Como resultado, você será salvo eternamente e receberá da parte de Deus o poder e o privilégio de possuir a vida eterna.

Tome a decisão certa. Deixe Jesus entrar em sua vida. A decisão que você escolher terá resultados de vida eterna ou de morte eterna.

Observação muito importante: isso não é terrorismo; é um esclarecimento e alerta!

18 de fevereiro de 2009

O Ateísmo


Ézio Pereira da Silva

* Crítica que enviei à redação do G1 - O Portal de Notícias da Globo, em vista da divulgação de uma reportagem intitulada “Criacionismo resiste às idéias de Darwin”, cujo conteúdo combate a narrativa bíblica da criação e é apresentado com acréscimos pessoais pelo jornalista/repórter Marcos Uchôa. Posteriormente, o Portal, informou ter encaminhado o texto aos editores.

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Sr. redator,

O sr. Marcos Uchôa, "repórter" do, ou para o, G1, fugindo flagrantemente da sua função (por isso grafei a palavra "repórter" entre aspas, porque isso não é reportagem e, sim, opinião pessoal), de forma extremamente preconceituosa e descabida, pois, para os leitores, tenta atribuir à Teoria da Evolução uma condição científica. Ora, isso é tripudiar em cima da inteligência e do senso crítico das pessoas. Fala em "intolerância religiosa" quando ele, demonstrando forte preconceito religioso, se mostra indignado contra o criacionismo. Usa expressões pejorativas como: "essa gente”. Não passam despercebidos o seu tom, sarcasmo, insinuações e associações, misturando pessoas e ciência. Quem é um juiz federal para julgar essas coisas?

Por que o Sr. Uchôa, novamente, fala de ciência, referindo-se à teoria da evolução, a qual continua sendo uma teoria e não uma ciência? Por que associar ciência com Darwin? Por que os criacionistas possuem um peso inferior aos “cientistas”? Demonstra, com todas as letras, que não pode ser juiz de ninguém; fala o que foge ao seu nível de conhecimento; aventura-se por uma área que desconhece, até mesmo em suas bases. Por que fé não se pode provar? E, por que, se a ciência exige prova em sua essência, considera a teoria da evolução (que é apenas uma teoria) como ciência, se ela não oferece provas, na sua essência? O criacionismo tenta misturar as duas coisas, fé e ciência? O criacionismo não mistura. Ele tão somente percebe a coexistência das duas coisas, que não são contraditórias. O Sr. Marcos precisa entender que a verdadeira fé é confirmada pela ciência verdadeira e vice-versa. Existem vários cientistas que não aceitam a teoria da evolução como ciência. Ele sabe disso! A fé verdadeira não é cega, mas ela não pode se misturar com a pseudociência. O criacionismo não desconhece que o evolucionismo defendido por seus adeptos possui, como amiúde tem claramente demonstrado, o objetivo de tirar Deus da história da criação do mundo e da raça humana. É o ateísmo, na sua essência! Não demorará muito e isso terá um ponto final.

A sensibilidade, concedida pelo Criador ao ser humano, mostrará na ocasião própria que o atual ATEÍSMO nada mais é do que o orgulho, a vaidade, a soberba, a ignorância, a loucura, a insensatez, a ingratidão e a cegueira levados às últimas consequências, cujo fim trágico, irremediável, certo e irreversível, já está determinado por Aquele que é o objeto direto de seus ataques.

16 de fevereiro de 2009

Apressando a Sua Vinda???

Ézio Pereira da Silva
 
Não é correta, nem bíblica, a afirmação de que devemos pregar o evangelho urgentemente com a finalidade de apressar a volta de Cristo.
Dizer que precisamos anunciar com urgência o evangelho porque, se não pregarmos, Jesus não voltará; ou que precisamos apressar a vinda de Cristo através da pregação do evangelho, é estrabismo teológico.

Não existe tal coisa como se Deus ficasse cerceado em suas ações, na dependência do que fazemos ou deixamos de fazer quanto à vinda de Jesus. Ele virá, exatamente, no ano, mês, dia, hora, minuto e segundo determinados para ele vir. Sua vinda não depende de nossa disposição de pregar ou não o evangelho. Deus não está limitado à nossa vontade ou disposição.

Esse posionamento decorre de uma interpretação inexata de uma frase contida no texto de 2 Pe 3.12, que, é traduzida, em algumas versões da Bíblia, como "...apressando sua vinda". No entanto, o entendimento mais coerente com todo o restante da Palavra de Deus é algo como "...desejando ardentemente a vinda...", sendo, por isso mesmo, traduzida dessa forma, em outras versões.

A profecia dada em Mateus 24.14, não foi uma profecia condicional, como se Jesus quisesse dizer: -“Se o Evangelho do Reino for pregado em todo mundo eu virei, se não for eu não virei”. Não! Ninguém precipitará ou adiará a vinda de Jesus.

O que Jesus disse foi: “o Evangelho do Reino será pregado em todo mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24.14). O verbo será está no futuro do presente do indicativo. Essa flexão do verbo indica o momento a que se refere a ação verbal. É enfático e incondicional, demonstrando o tempo e a certeza em que ocorrerá a ação. Este é o sentido correto.

A profecia é incondicional. Isto é, seu cumprimento não depende da vontade ou não de se pregar o evangelho, seja essa vontade pessoal ou institucional pois, independentemente de se querer ou não, o evangelho será proclamado em todas as nações. Isso foi o que Jesus disse. Queiramos alguns de nós ou não o evangelho será pregado.

Deus não faz as coisas de modo imprevisto ou como recurso de última hora; na sua soberania, não está dependendo de ninguém. Todos os seus planos já foram traçados por ele desde a eternidade passada. Deus jamais é apanhado de surpresa e nada faz de improviso, como se estive experimentando algo que pode dar certo ou não. Todos os seus planos foram previamente estabelecidos.

Por isso, a ordem de evangelizar o mundo não foi dada de última hora, como se Jesus tivesse se esquecido dela e, no último momento aqui na terra, antes de subir aos céus, se lembrasse do que estava se esquecendo e ordenasse, então, a Grande Comissão.

Jesus sabia muito bem da importância do anúncio do evangelho para deixá-lo à critério ou à disposição da vontade humana. Deus providenciará no tempo certo, como está fazendo, para que a tarefa da evangelização de todas as nações seja completada até a volta de Jesus.

Se um cristão não prega o evangelho, ou não contribui de alguma forma para que ele seja anunciado, a evangelização não sofrerá nenhum prejuízo, porque o evangelho será, de fato, pregado em todo o mundo, à parte da vontade de quem quer que seja.

Dessa forma, se alguém não anuncia a mensagem, em seu lugar Deus levantará outro. Entretanto, aquele crente deverá sofrer o dano de sua negligência e esterilidade. A parábola dos talentos proferida por Jesus é significativa nesse sentido.

A nós cabe a responsabilidade, não de apressar a vinda de Cristo, mas de anunciar o evangelho em todas as nações.

De Cada 10…

Ézio Pereira da Silva

Sabemos que “De cada 10 pessoas no mundo, 10 morrem” *. Essa é uma verdade incontestável e inegável. Já é ponto pacífico entre todas as pessoas. Todos estão de acordo com essa afirmação, mesmo que ela não seja agradável para muita gente (alguns desejariam ser eternos aqui na terra).

Alguém já falou, também, que “De cada 10 pessoas no mundo, 10 precisam de Jesus”. Essa é outra verdade. Mesmo sem haver unanimidade quanto ela, é mais real e forte que a primeira. Explico!

“Quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Evangelho de João, capítulo 3, versículo 3 – Bíblia Sagrada). Essas palavras foram ditas por Jesus – fazem parte de seus ensinamentos. Esse ensino implica em que a pessoa que nasce apenas uma única vez, morre duas vezes. Jesus continua esse ensino no versículo 16, do mesmo capítulo dizendo: “… Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Entrar no Reino de Deus significa nascer de novo; é viver eternamente; é ter, é possuir a vida eterna. Não perecer significa não morrer espiritualmente. Quem nasce de novo, adquire a vida eterna. Esse ensino absolutamente nada tem a ver com a doutrina da reencarnação.

Ninguém nasce fisicamente duas vezes. Jesus afirma, ainda, no versículo 5: “… quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”. Significa nascer, a primeira vez, no corpo físico; e a segunda vez, no espírito. O nascimento ao qual Jesus se refere é o nascimento espiritual.

Dessa forma, quem nasce só uma vez (o nascimento físico), mas não nasce outra vez (o nascimento espiritual), morre duas vezes: a morte física e a morte espiritual. Ou seja: morre uma vez, fisicamente e, depois, morre outra vez, espiritualmente. Será eternamente separado de Deus. Essa é a morte espiritual; a morte eterna.

De outra maneira, quem nasce duas vezes (o nascimento físico e o nascimento espiritual) morre apenas uma vez, a morte física; porque viverá eternamente com Deus. A Bíblia Sagrada é farta nesse ensinamento.

Voltando, então, à citação do segundo parágrafo: “De cada 10 pessoas no mundo, 10 precisam de Jesus”. A razão dessa afirmação é: todas as pessoas que desejarem ser salvas e possuir a vida eterna 
precisam reconhecer e receber Jesus Cristo em suas vidas, como Senhor e Salvador.

A base para isso são as seguintes palavras de Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Evangelho de João, capítulo 14, versículo 6). Ele é singular; é o único; não há segunda opção, nem alternativa.

Quanto a eu dizer que a afirmação “De cada 10 pessoas no mundo, 10 precisam de Jesus” é mais real e forte que “De cada 10 pessoas no mundo, 10 morrem”, é pelo fato de que nem todos morrerão, mesmo fisicamente, quando Jesus voltar à terra.

Entretanto, nem sequer uma pessoa no mundo pode prescindir de Jesus, se quiser ser salvo e possuir a vida eterna. Qualquer pessoa normal, inteligente e sábia logo perceberá isso ao ler.
 
*Frase citada do Blog: mauevivian.blogspot.com/

No Turbilhão

Ézio Pereira da Silva

Em meio a tanto ódio, traição, violência, desastres, corrupção, doenças, tristezas, lágrimas e males sem fim, que afetam a sua vida diariamente, nosso sincero desejo é que você dê uma chance para a felicidade entrar em sua vida e fazê-lo feliz, neste mundo conturbado, angustiante e condenado pelas suas más obras, do qual você precisa ser salvo.

Olhando para a humanidade, percebemos que muitos não sabem por onde estão caminhando. Outros estão perplexos sem entender o seu rumo. Muitos, tanto homens como mulheres, denotam, visivelmente, uma expressão de tristeza em seus rostos.

Só existe um ser que tem poder para libertá-lo e deseja, intensamente, salvar a sua vida: é Jesus. A Bíblia registra o que Ele falou oferecendo um fabuloso convite: "Vinde a mim, todos os que estão cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mateus11:28).

Se você acreditar nele. Crer que Ele pode e quer dar a você uma vida livre e feliz para sempre, abra o seu coração e sua vida para Ele, a fim de receber a sua dádiva.

Você não precisa estar dominado, escravizado e preso por esse problema que, hoje, está sufocando e atormentando a sua vida. Seja liberto dele! Jesus é poderoso e quer fazer isso por você. Não se deixe abater! Levante-se, agora mesmo! Tome uma decisão definitiva; de uma vez por todas. Coragem! Sua oportunidade é agora. Não deixe para depois, nem perca a bênção que Deus quer dar a você eternamente.

Chegou a hora da mudança em sua vida. Nunca mais você vai ser a mesma pessoa! Vamos! Dê uma chance à verdadeira e única vida! Jesus dá a você a vitória e a vida eterna para sempre.

Elas Ainda Estavam Lá!

Ézio Pereira da Silva

                                                 
Quando do retorno de Jesus à terra, tudo que foi construído, de maneira permanente, isto é, para a eternidade, permanecerá em pé.

Por isso, é que todos devem fazer caminho direito para os seus pés, plantando aquilo que espera colher. Uma afirmação, retirada dos princípios cristãos contidos na Bíblia Sagrada, e já consagrada pela sabedoria popular, diz que tudo aquilo que o ser humano semear ele colherá.

Cada semente dá o seu fruto segundo a sua espécie.

Então, até mesmo com base na sabedoria popular, cada pessoa precisa semear a fé e a palavra de Deus em si mesma e estar preparada para a volta de Jesus Cristo à terra, enquanto ainda há tempo.

Aqueles que creem em Jesus, permanecerão para todo o sempre, ou seja: para a eternidade sem fim. Não serão como as Torres Gêmeas, as quais, apesar de parecerem tão firmes, foram demolidas, ainda que esse acontecimento tenha surpreendido os próprios terroristas pois, mesmo eles, não esperavam tal resultado.

A Bíblia Sagrada afirma que "... o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente." - 1 João 2.12.

Se você, de coração sincero, deseja ter os seus pecados perdoados e viver eternamente, creia em Jesus Cristo e entregue sua vida a Ele.

Procure uma igreja genuinamente cristã, onde a Bíblia é ensinada e obedecida, e comece a viver para Deus, seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo e obedecendo a sua palavra. 

Assim você permanecerá (viverá) eternamente.

Ester e as Grandes Denominações *

Ézio Pereira da Silva

“Porque se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento...; e quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada à rainha?” – Ester 4.14
A Bíblia revela claramente que Deus é soberano sobre todas as coisas e nada acontece sem que, de alguma forma, haja uma permissão dele, ainda que determinada ocorrência não seja de sua vontade perfeita. Isso é assim por causa do livre-arbítrio que Deus concedeu ao homem. Acredito que o que é verdade para pessoas como indivíduos, vale, também, para as instituições.
As grandes denominações instaladas atualmente no Brasil, em sua maioria, tiveram origem em outros países. Outras surgiram aqui. Todas elas, entretanto, por vontade e orientação de Deus, ou simplesmente por sua permissão, se desenvolveram e tornaram-se poderosas estruturas cristãs. Entre essas, existem as que nasceram no ardor da obra de missões mundiais.
Essa denominações, com raríssimas exceções, contam hoje com um bom testemunho do povo brasileiro e desfrutam da simpatia das comunidades onde estão localizadas. Mormente, por causa de sua penetração nas mais diversas camadas da sociedade. Hoje dominam parcela significativa dos meios de comunicação tais como rádio, TV, jornais e revistas. Além disso, às vezes destacam-se em programas sociais e até mesmo na política. Grande parte de seus líderes gozam de prestígio junto a uma parcela expressiva do público.
No entanto, digo com pesar, o mesmo não se pode afirmar das grandes denominações com respeito ao trabalho missionário. Isso porque, paralelo a esse desenvolvimento organizacional no período da história da igreja contemporânea, a obra missionária nem sempre tem podido contar com o apoio efetivo delas, cuja inexpressiva cooperação muito tem deixado a desejar. E os motivos são diversos.
Desde as mais variadas e inegáveis pressões e dificuldades criadas – que tem sido constante característica daquelas que estão cientes de sua responsabilidade com o mundo sem Cristo, para cumprirem sua missão nos lugares mais carentes e pobres, seja em outros estados ou no estrangeiro -, até a falta de interesse e de um amor maior que possam constrangê-las, ou mesmo por mero descaso, elas estão alheias à situação dos menos afortunados. Evidentemente, para a maioria delas, não é por falta de recursos humanos nem financeiros.
Poderiam alegar desconhecimento do grave estado de miséria e desprezo em que se encontram centenas e centenas de povos/nações inteiras espalhadas pelo mundo. Porém, esse não é mais o caso. Essa não é a questão. Não existe mais a falta de conhecimento. Inúmeras conferências missionárias, congressos e seminários têm sido realizados em todo o País, notadamente nos últimos 20 anos. Livros, jornais, revistas e boletins informativos se multiplicam a cada ano, além de um sem número de informações veiculadas pela Internet. Incontáveis e ardentes testemunhos de missionários têm sido ouvidos por milhares de líderes.
Apesar desse “boom” missionário em todo o País, a obra de Deus se ressente da cooperação das grandes denominações, cujas lideranças, sem um comprometimento real, têm relegado a obra de missões apenas a alguns poucos membros ou juntas missionárias, e os encarregam de tarefa tão imensa, enquanto que o grosso de seus esforços e de suas finanças são canalizados para realizações quase de nenhuma importância para o Reino de Deus. E isso é verdade, pelo menos do ponto de vista de Deus.
Outras utilizam as obras sociais como pretexto para se acomodarem à inércia e permanecerem na esterilidade. Ainda que as obras sociais fossem, de fato, uma realidade nessas denominações, o que não parece ser, mesmo assim elas não estariam isentas de sua missão principal. No entanto, a maior obra social que podemos realizar em favor de uma pessoa é resgatá-la das trevas. É conduzi-la a Jesus. A atividade básica para a qual a igreja foi instituída não são as obras sociais, mas a evangelização dos perdidos. Elas são de fato extremamente necessárias e mesmo imprescindíveis. Não devem no entanto substituir a razão da existência da igreja. As obras sociais são ornamentos e devem ser resultado da ação de se evangelizar os homens.
Em boa parte, as grandes denominações estão carregadas de supérfluos e duvidosos compromissos assumidos através dos anos, os quais nem sempre se traduzem em crescimento espiritual qualitativo, nem mesmo numérico, pois onde falta este não pode estar havendo aquele. Eles são recíprocos e caminham lado a lado; um é a causa do outro; um é imprescindível ao outro.
O exemplo de Ester retrata com muita propriedade a situação que estamos presenciando com respeito às grandes denominações. Penso que todos conhecem essa história. A jovem judia, com o favor de Deus, alcançou a privilegiada posição de rainha no reinado do poderoso rei persa Assuero. Entretanto, quando o povo de Deus (na época, os judeus) estava em perigo de ser exterminado por influência de Hamã, príncipe do reino de Assuero, Ester parecia apática, sem muita preocupação com aquilo que estava ocorrendo com o seu povo, mesmo apesar da insistência de seu primo, o judeu Mordecai (ou Mardoqueu) e de sua própria condição de pertencer à mesma raça.
A posição que Ester ocupava no trono junto ao seu marido dava lhe muito destaque no meio da sociedade em que vivia. Talvez por isso, durante algum tempo, permaneceu distanciada dos destinos de seu povo, que estava prestes a entrar em colapso total pelas mãos do traiçoeiro e invejoso Hamã.
Com a estrutura, os recursos e o poder que possuem, as grandes denominações existentes no Brasil, se quisessem e ouvissem a voz de Deus e o clamor das nações sem Cristo, bem poderiam suprir grande parte da carência do evangelho, entre os milhares de povos não-alcançados em todo o mundo, que nunca ouviram falar de Jesus.
O evidente descompromisso dessas denominações com os povos sem Cristo fica a dever uma resposta urgente, franca e concreta: a obra missionária vai continuar da mesma forma como vem sendo conduzida por anos a fio, ou vai ser dada a atenção necessária ao cumprimento daquilo que é a única razão da existência da igreja na terra, que é a evangelização dos povos?
Creio que, diante de um verdadeiro poderio à disposição da igreja contemporânea no Brasil, Deus faz a mesma observação que Mordecai fez a Ester: “Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento...; e quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada...?”. Apenas que desta vez Deus tem em perspectiva todas as nações da terra em desespero e perigo de destruição iminente e eterna.
A situação é semelhante: as grandes denominações possuem capacidade e podem fazer infinitamente além do que têm feito. No entanto, elas têm transferido para pequenas igrejas isoladas, pobres e quase sem força, tamanho peso de responsabilidade. Isso, quando não procuram impedi-las de realizarem a obra, muitas vezes enciumadas de que o trabalho mexa com suas intocáveis, rígidas e pesadas estruturas.
Com isso elas têm permitido que o cruel, traiçoeiro e invejoso inimigo de Deus destroce as almas, perdidas nas trevas sem conhecimento da palavra de Jesus. Em vez dessa atitude, deveriam estender as mãos àquelas pequenas igrejas que, tendo pouca força, estão lutando para cumprirem sua missão, ajudando-as a puxarem suas redes.
É necessário mudar esse quadro! O tempo é agora! A hora é esta! Não tem sentido algum estruturas denominacionais fortes, porém ociosas, sem um ministério compatível com a estrutura montada. É como usar uma bomba atômica para matar uma formiga.
Se não houver um redirecionamento correto de suas atividades e não derem prioridade à evangelização mundial, não há dúvidas de que Deus, na sua justiça, pedirá contas a essas grandes denominações. Se elas não agirem, Deus certamente providenciará, em favor dos povos da terra, socorro de outra parte. No entanto, qual será o destino delas? É algo a ser considerado. Toda a atenção deve ser dada ao sábio conselho de Jesus à igreja de Laodicéia. É necessário ter prudência. É preciso sensibilidade para ouvir o que o Espírito Santo está dizendo e para onde ele está conduzindo as igrejas.
A maioria dessas denominações, surgidas de movimentos missionários, e que, no passado, inegavelmente, realizaram trabalhos dignos do Reino de Deus, deveriam retornar às suas origens e à prática de missões, que é a própria razão de sua existência.
Essas grandes denominações, através de seus líderes, não devem deixar Deus levantar de outra parte socorro para os perdidos. Esta é a conjuntura e o momento ideal para o qual tiveram a oportunidade e o privilégio de serem levantadas. Deus deu a elas a posição e as condições ideais para esta época. Será que perderão a oportunidade? Ou dirão como Ester: “...se perecer, pereci?
Somente aos seus líderes cabe tão importante decisão.
* Artigo publicado em 1989

Igreja - O Principal Agente de Missões Mundiais

Ézio Pereira da Silva

Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) foi e é o idealizador, iniciador e principal executor de missões. Os anjos tiveram e ainda têem seu ministério no contexto de missões. Entretanto, o agente direto de Deus através do qual ele executa missões, sem dúvida, é o homem.
Continua sendo o propósito de Deus salvar o homem utilizando-se do próprio homem como executor da sua vontade suprema e absoluta. Depois de compreender e receber a mensagem da salvação, o ser humano é dotado de capacidade sobrenatural para transmiti-la a seu semelhante, como se fosse para salvar a sua própria vida, visto estar vivendo nas mesmas condições humanas comuns a todos os homens.
O homem, depois de redimido, possui liberdade individual de ação para anunciar o Evangelho do Reino de Deus. A forma cooperativa é uma maneira pela qual Deus idealizou para dar cumprimento à tarefa que conferiu aos seus discípulos (Mc 6.7); e ele tem boas razões para assim proceder, ainda que não compreendamos tudo a esse respeito. Assim foi instituída o que conhecemos hoje por igreja.
Quando me refiro à igreja, devemos considerar como tal o corpo vivo de Cristo; a Igreja Universal, constituída de todos os salvos de todas as épocas em todos os lugares. Conquanto a igreja universal seja formada por pessoas salvas, a igreja local tem a mesma e importante personalidade e o mesmo significado pois que, essencialmente, é formada de homens e mulheres salvos pela graça de Cristo.
Para os termos assim analisados, missões é motivo de alegria e entusiasmo, porque traduz a vontade de Deus para a igreja e através da igreja para toda a humanidade.
Quando a igreja abre o coração para missões, diversos motivos começam a existir para se louvar a Deus.
Todos os mais variados seguimentos de atividades começam a ter mais significado e sobram razões para júbilo.
As orações passam a ser mais profundas, porque há um compromisso com aqueles que foram para o campo (Mc 3.14 e 6.12). Há uma responsabilidade para com aqueles que partem para novos ambientes e culturas diferentes, pois são diversos os motivos para intercessão.
As expectativas por aquilo que está acontecendo são grandes, pois a oração de cada membro está voltada para o que lá está sendo realizado e cada batalha ganha no campo é motivo de agradecimentos a Deus e de louvor à sua Pessoa. É razão para o crescimento na fé e maior confiança em Deus. É um incentivo para aqueles que ficaram, pois ficam desejosos também de ir e participar ativamente das realizações de Deus em plena batalha.
Cada vitória alcançada pelos que foram pertence também àqueles que ficaram, mas que contribuíram com suas orações, intercessão e sustento financeiro.
À medida que as ações de Deus vão aumentando, por causa da obediência como um ato de amor, avoluma-se, também, a tendência de mais realizações de Deus. Vamos nos tornando mais incomodados com o que temos de realizar, e a petições vão tendo lugar mais vivo e ativo em nosso coração para poder alcançar aquilo que não conseguimos antes.
De maneira que, o que está em nossa frente vai se nos tornando mais possível realizar, pois que está havendo uma maior facilidade para se confiar nas futuras realizações de Deus, por causa das que foram efetivadas anteriormente. Há uma corrente viva que não se parte.
Quanto mais abrimos nossos corações para Deus, mais Deus vai operando; e quanto mais Deus vai operando, mais a alegria vai crescendo e aumentando também o desejo por mais realizações (o Espírito Santo nos impulsiona), e para se confiar mais em Deus para realizações maiores; quanto mais vamos confiando em Deus para realizações maiores, mais vamos tendo capacidade de realizá-las; quanto mais vamos realizando, mais a alegria e a fé vão aumentando e, quanto mais...
É um desencadear de realizações, de fé crescente, de pessoas salvas, de vidas transformadas e restauradas, de chuvas abundantes da parte de Deus, numa inesgotável e contagiante alegria que só uma igreja com características missionárias e compromisso com Deus pode alcançar.
Faça da sua igreja local uma igreja missionária. Você verá a substancial mudança.

Portanto...

Ézio Pereira da Silva

Uma das mais importantes, carregadas de autoridade e soberanas palavras que o Senhor Jesus decretou sucede a reticência do título deste artigo.
A palavra, gramaticalmente, é uma conjunção coordenativa conclusiva, e desempenha uma função extremamente relevante, em Mateus 28.19, no último pronunciamento de Jesus, ao dar as últimas instruções aos seus discípulos.
Essa palavra, portanto, tem uma implicação bastante significativa na fé e na obediência de todos os discípulos de Cristo, desde aqueles que primeiro a ouviram até os destes últimos dias. Precisamente tem o sentido de "por essa razão"; "por causa disso"; "por essa causa"..., etc.
No âmago de seu conteúdo, ela introduz a ideia, que vem em seguida, da total e completa autoridade de Jesus sobre os seus discípulos, depois da informação por ele proferida: "Toda autoridade me foi dada nos céus e na terra..." (Mt 28.18). Esse foi o motivo de ter sido pronunciada imediatamente após essa declaração de sua autoridade absoluta..
Depois da palavra portanto, segue uma frase que contém um verbo, proferido por Jesus na voz imperativa, como uma ordem explícita: fazei discípulos. Ela estabelece a conexão entre a afirmação de Jesus acerca de sua autoridade e a sua ordem de evangelizar o mundo, fazendo discípulos de todas as nações da terra. Jesus nunca esperou ser desobedecido, embora disso estivesse ciente.
Dessa forma, Jesus esperava, e continua esperando, ser obedecido incondicionalmente na execução dessa ordem que, pela sua importância, foi por ele repetida nos seus momentos finais aqui na terra.
Assim, o reconhecimento da autoridade de Jesus, por parte de seus discípulos, implica em obediência à sua ordem.
Entretanto, apesar dessa palavra ter partido de Jesus, Autoridade Suprema, Senhor do universo, Senhor da terra e de tudo que nela há, não é acolhida por grande parte daqueles que dizem ser seus discípulos, em todas as partes do mundo.
Penso que, ao proferir essa ordem, Jesus tinha em mente o que lhe havia dito o centurião de Cafarnaum, quando este pediu-lhe para curar o seu servo, recebendo do Senhor como resposta a disposição de ir restituir a sua saúde: "não sou digno de que entres em minha casa. Basta uma palavra e o meu criado ficará curado". E explicou: "sou homem sob autoridade, e tenho servos debaixo de minha autoridade. Digo a um: vem, e ele vem. A outro: vai, e ele vai. A outro: faze isto, e ele faz" (Lc 7.6-9).
Ao emitir essa ordem aos discípulos, Jesus revelou que possuía em sua imaginação esse real conceito e princípio de autoridade. A conjunção "portanto" explicita a ideia.
As palavras do centurião poderiam ser assim parafraseadas: "Senhor Jesus, eu sei o que é autoridade, porque estou sujeito a ela, sendo obediente; eu também a uso e sou obedecido. A enfermidade que está em meu servo está sujeita ao Senhor e, com certeza, sairá dele. Pois ela não poderá resistir a autoridade que o Senhor possui. E eu reconheço isso."
Essa compreensão, reconhecimento e disposição do centurião para obedecer, causaram admiração em Jesus, principalmente, por ser ele um gentio. Ou seja, na concepção judaica da época, uma raça de pessoas que os judeus supunham não ser, como eles, destinatária da palavra de Deus.
As últimas palavras de Jesus não foram ditas como algo surgido inesperadamente, improvisado, provisório, arranjado, de último instante, como algo do qual ele houvesse esquecido. Durante todo o seu ministério, Jesus transmitiu esse ensinamento para os seus discípulos.
Com essas considerações, é oportuno agora nos perguntarmos: qual a importância que as palavras do Senhor têm para nós hoje? O que elas representam nas nossas vidas nestes dias? Elas falam conosco ou transformaram-se em palavras vazias, destituídas de significado, que não nos sensibilizam mais, que não produzem em nós nenhum incômodo?
Através dos mais diversos meios de comunicação, somos quase que diariamente informados das reais e inquestionáveis necessidades que apavoram centenas de milhões (para não dizer bilhões) de vidas preciosas que nunca ouviram o evangelho e que, por não ouvirem, não conhecem a Deus.
Ainda parece ressoar bem alto, como se estivesse falando aos nossos próprios ouvidos, o clamor de Jesus quando, compadecendo-se das multidões, disse: "... a seara é grande mas os trabalhadores são poucos" (Mt 9.37). É como se ele nos informasse que a safra se perderá se não houver ceifeiros em número suficiente para a colheita.
Dessa forma, queridos ceifeiros do Senhor, líderes que leem este artigo, saibam que sobre nós, os que assumimos o ministério da fé e a quem foi confiada a palavra da reconciliação, pesa a responsabilidade da execução da suprema e tão sublime tarefa da igreja que é a evangelização do mundo, em obediência ao mandado do Senhor Jesus.
Jesus é aquele a quem pertence "toda a autoridade nos céus e na terra", que inclui, também, a prerrogativa de nos determinar fazer discípulos de todas as nações (etnias), indo por todo o mundo.
Portanto, meus amados, usemos de todos os meios lícitos possíveis de que dispomos para cumprir o mais importante projeto de Jesus hoje para a humanidade: a sua redenção.
Portanto...

"Pantha Ta Ethne" *

Ézio Pereira da Silva

A frase acima, que dá título a este artigo, é a forma transliterada de uma expressão grega contida em Mateus 28.19, cujo significado é "todas as nações", onde o termo "ethne" possui o sentido de etnias, povos, raças e não, como alguns usualmente entendem, de nações política ou geograficamente divididas ou organizadas.

Segundo Ralph Winter e o "International Bulletim of Missionary Research", existem cerca de 17 mil dessas nações em todo o mundo, que ainda não foram alcançadas pela mensagem do evangelho. Patrick Johnstone, autor do livro "Batalha Mundial", identifica 12.017 desses povos. De todos os missionários atuando ativamente no mundo hoje, cerca de 87% trabalham com os povos já alcançados; e apenas 13% destes atuam entre as nações não alcançadas, as quais somam aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas, que representam metade da população mundial.

Não quero, de maneira alguma, prender-me unicamente a frios dados estatísticos. Mas essa é uma preocupante realidade.

A fim de não deter-me apenas em números, preciso dizer que eu, você e sua igreja, particularmente, somos os únicos responsáveis por essa tão grande quantidade de não evangelizados. Isto porque Deus, que pode e deseja intensamente mudar essa situação, não encontrou, ainda, a chance de fazer isso através de nós.

Para que ele efetue essa mudança utilizando-nos como instrumentos, entendo que devemos adotar cinco necessários e definidos passos para sermos efetivamente canais de Deus. Permita-me compartilhá-los:
1) convocar pessoas comprometidas com Deus e que queiram dedicar suas vidas na divulgação do evangelho em todo o mundo;
2) arrebanhar esses convocados e transmitir-lhes a visão e o sentimento de Deus: como Ele vê e o que Ele sente em relação aos povos em todas as terras;
3) treinar devidamente os que fizerem opção de servir a Deus, preparando-os bíblica, cultural e psicologicamente;
4) enviá-los aos campos missionários. Ou seja, aos povos não alcançados, para que dêem testemunho da Palavra; e,
5) mantê-los lá onde possam realizar o trabalho, sustentando-os em oração, moral e financeiramente, compartilhando ativamente do seu progresso, e também de suas necessidades.

O primeiro desses cinco passos chega ao nosso conhecimento agora. É a convocação para que atendamos e respondamos ao chamado de Deus para nos empenharmos nessa tarefa. É importante que compreendamos isso: não é necessário que tenhamos uma grande estrutura denominacional ou missionária para isso. Não! Nem é tão importante que haja uma contundente e extraordinária revelação do Senhor.

O necessário é que, em nome do Deus Eterno, a partir deste exato momento tomemos a decisão de mudar essa inquietante realidade. A partir daí Deus cuidará do resto.

Se você deseja tomar essa posição, procure sua igreja, seu pastor, junta missionária, secretaria ou Departamento de Missões de sua denominação. Porém, não fique alienado, aguardando que as coisas aconteçam milagrosamente. O milagre já aconteceu na cruz do Calvário. Não fique esperando que um anjo fale com você. Jesus já determinou à sua Igreja a evangelização mundial, de todos os povos, de todas as nações; Panta Ta Ethne.

Permita que o Espírito de Deus tenha livre acesso ao seu coração e mude a sua vida, para que você ajude a mudar a vida do mundo. Ele deseja intensamente transformar essa realidade.

Se isso não fala ao seu íntimo, meu amado, penso que alguma coisa em você e no seu ministério não está em sintonia com Deus e com o seu Espírito. Se você olhar o mundo como Deus olha, ver como Deus vê e sentir o peso que ele sente no coração, sua alma se inclinará para considerar a necessidade das nações: Jesus.

Permitamos que Deus realize o milagre da evangelização mundial através de nossas vidas.
* Obs.: Publiquei este artigo em abril de 1991.

O Espírito da Lei

Ézio Pereira da Silva

Quanto mais conhecemos uma pessoa e com ela convivemos, tanto mais descobrimos as suas imperfeições, seus erros e suas falhas.

No entanto, no lugar de ser um motivo de tropeço, fofocas, maledicências e murmurações e para denegrir a imagem de alguém, esse conhecimento é uma excelente oportunidade, não para condenarmos nem julgarmos a pessoa, mas para ajudá-la a ver a si própria, a ser perfeita e para exercermos a prática do perdão.

“Olho por olho; dente por dente”. Esta era a lei de Moisés. A Lei de Talião. Essa lei não era essencialmente uma lei de vingança, como muitos erroneamente pensam. Era uma lei de misericórdia e de amor. Ela foi outorgada para que não houvesse ofensa entre os indivíduos, nem a prevalência do mais forte sobre o mais fraco pois, ela castigaria o ofensor se ele ofendesse voluntariamente a outrem.

O espírito dessa lei mostra que ela foi estabelecida para proteger o ofendido e punir o agressor. E não somente isso, mas, também, para regulamentar a pena a ser aplicada ao ofensor, a fim de que o castigo não ultrapassasse a ofensa praticada. Isto queria dizer que o castigo não poderia ser maior que a ofensa. Com isso, a lei mostrava, pela sua justeza, sua origem divina.

Uma pena de 40 açoites havia sido determinada, em Israel, para alguns pecados. Mas, houve uma época na história daquela nação em que, com aquele receio em mente, era razão suficiente para que os judeus aplicassem a quantidade de açoites, conforme determinava a lei, diminuído porém de um. Não ultrapassavam o limite de 39 açoites, para não incorrerem em excesso de castigo, pois estava bem vívido ainda em seus pensamentos o caráter de Deus, oposto à injustiça e à violência.

Deus não utilizou suas prerrogativas de Juiz nem fez caso de nossas ofensas. Ou seja, não nos castigou segundo o que as nossas ofensas mereciam, nem tampouco deixou de dar-nos o perdão. Pelo contrário, em Cristo Jesus, ele nos perdoou totalmente e deu seu exemplo, a fim de que nós, também, perdoássemos aqueles que nos ofendem. O perdão tem o significado e a ação de misericórdia.
Alguém disse que, muitas vezes as pessoas não estão necessitadas do julgamento, mas do nosso perdão. Elas já se encontram feridas, machucadas, aflitas e quebrantadas. Nessas condições, precisam de compreensão, do consolo, do apoio e do perdão. Ninguém tem maior motivo do que Deus para nos reprovar e condenar. No entanto, ele não nos reprimiu nem nos repulsou de sua presença, mas ofereceu-nos perdão e ajuda. O perdão não cabe ou não tem sentido onde não há ofensa. O perdão existe para isso: perdoar. Perdoemos, então! Esse é o espírito da lei.

A Vida Que a Fé Produz

Ézio Pereira da Silva

Por mais que possa parecer, ainda que o justo seja levado de roldão na manifestação do juízo temporário de Deus e seja por ele atingido, o justo nunca perecerá como nem com o ímpio, porque o que se tem em vista não é o aspecto físico do ser humano, mas a eternidade. O que realmente conta é o juízo final, definitivo.
Os juízos provisórios aplicados por Deus podem atingir os justos, ou as consequências do ajuizamento do Senhor podem resultar em rebarbas que faiscantemente atinjam os justos.
No fim de tudo, no entanto, se verá claramente a “diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve” (Ml 3.18). Há exemplos disso nas Escrituras.
Entre os cativos que foram levados para Babilônia estavam justos como Daniel e seus três companheiros Ananias, Mizael e Azarias, conhecidos como Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Eram justos, mas achavam-se escravizados em Babilônia e envolvidos pelo juízo de Deus que se abatera sobre Judá e Jerusalém.
Nas regiões da sombra da morte, de que fala Mateus 4.16, viviam José, Maria (mãe de Jesus), Isabel, o sacerdote Zacarias, a profetiza Ana e outros justos que esperavam a redenção de Israel, mas estavam (expatriados) e sofrendo um regime de semi-escravidão por causa dos juízos e da justiça de Deus sobre Israel.
As crianças daqueles que eram destruídos por Deus sofriam conseqüências trágicas e não raro a morte. Eram inocentes e, por isso mesmo, justas.
Deus, quando se trata da preservação de pessoas, não dá o mesmo nível de tratamento como o que é utilizado com relação à eternidade. O foco de sua atenção quanto a preservar e manter a vida, está centralizado na vida após a morte.
Daí que podemos compreender porque Deus, não raras vezes, permite e até determina e estimula o sofrimento humano. A finalidade é pacífica e salutar, porque tem em perspectiva a vida futura. Nosso reino e nossa pátria não são nem estão neste mundo.
Por essa razão é que Deus responde à indagação de Habacuque em termos que lhe desagradaram, deixando-o perplexo. Porque o profeta, a princípio, tinha em vista apenas o aspecto físico, a preservação da vida física e do corpo. Não visava o espiritual, o sobrenatural.
Ao trazer o juízo sobre Judá, Deus, pelo contrário, não considerou o físico e, sim, o imaterial, incorpóreo, tendo em conta que os caldeus que viriam justiçar Judá, também, atingiriam fisicamente os justos.
Naquela altura então, Deus traz uma revelação que provavelmente tenha consolado o desapontado profeta: “o justo viverá pela fé” (Hc 2.4). Em outras palavras, estava dizendo a Habacuque que, ainda que o justo fosse atingido e chegasse até mesmo à morte física, contudo ele haveria de viver eternamente pela sua fé. Isto é, teria uma vida de qualidade incomparavelmente melhor e eterna se permanecesse fiel, vivendo em fidelidade.
Naquele contexto histórico, Deus poderia utilizar a fé do justo, tanto para preservá-lo do perigo iminente que se abateria sobre Judá, como para deixá-lo sucumbir (já que possuía o trunfo da fé) e galardoá-lo com a vida futura.
É necessário depreender do texto de Habacuque um conceito mais elevado, tanto da vida, muito além de seus aspectos físicos, quanto da fé, que extrapola os limites da preservação da vida temporal. Russell N. Champlin disse que “a vida na direção da qual o crente é dirigido pela fé é a vida eterna”.
Certamente poderá se argumentar que Noé foi preservado no dilúvio e Ló da destruição de Sodoma. É verdade! Mas, nestes casos, e em vários outros relatados na Bíblia, Deus tinha papéis importantes e projetos específicos para aquelas personagens.
Há propósitos de Deus para ambas as situações. Isso é que precisamos compreender, para não termos um conceito equivocado de Deus, nem sermos apanhados de surpresa ou nos escandalizarmos com aquilo que ele faz ou deixa de fazer. Em qualquer situação e circunstância prevalece a sua soberania, amor, justiça, sabedoria, coerência e fidelidade.
Por que parece que os perversos triunfam sobre os justos? Por que muitas vezes os maus possuem regalias e vivem bem e os santos do Altíssimo não? São indagações que carecem de resposta.
A razão é que os ímpios estão desfrutando os benefícios do seu reino passageiro e só das coisas materiais desta vida, abaláveis e que não possuem reflexos positivos na eternidade. Os santos não! Estes estão aguardando um reino inabalável e que não será destruído jamais. É eterno!
A passagem de Habacuque focaliza a vida presente, apenas em parte, conforme podemos perceber, pela deportação dos justos, acima referidos, para Babilônia. O significado mais profundo, parece ter ficado momentaneamente aquém da compreensão do profeta.
O apóstolo Paulo (Rm 1.17; Gl 3.11) e o escritor de Hebreus (Hb 10.38) aplicaram o mesmo texto à vida futura, reinterpretando a profecia, dando-lhe um sentido mais completo, exato, profundo e elevado. Exatamente aquilo que Deus havia proferido.
A perspectiva é a da vida eterna. Se o justo era justo pela fé em um Deus sabidamente bom, esse justo deveria compreender, também, este ato de justiça de Deus em sua manifestação física.
Portanto, sem desconsiderar que vivemos na terra, não permitamos que nossas mentes, ações e motivações estejam niveladas ao secular, à vida terrena. Esta é transitória. Porém, a celestial e futura, que aguardamos, é eterna.

14 de fevereiro de 2009

A Fé

Ézio Pereira da Silva

A fé de uma pessoa leva Deus a agir em seu favor, atendendo-lhe as petições, independentemente de sua obediência à palavra de Deus. Confere com isso a observação que Jesus fará no último dia, quando disser "... nunca vos conheci. Apartai-vos de mim vós que praticais a iniqüidade"(Mt 7.23).

Este texto revela que muitos terão fé para fazerem muita coisa ou receberem algo de Deus, sem, contudo, terem compromisso com a obediência a ele.

A pessoa aprovada por Deus não é a que tão somente possui fé, mas aquela que, em decorrência da fé, obedece e guarda os seus mandamentos. Inicialmente, a fé deve entrar como ponto de partida para agradar a Deus. A partir do momento em que alguém lhe agrada, ele realiza qualquer coisa na sua vontade perfeita e soberana e seu propósito. Não antes disso!

Deus pode (ele é soberano para isso) realizar algo sem que seja do seu agrado. Foi o caso da escolha de Saul como rei de Israel. Não lhe agradou o pedido - quase exigência - do povo que Samuel lhe constituísse um rei como as demais nações. Entretanto, Deus assim o fez.

Pode ocorrer, por outro lado, de Deus agradar-se algo realizável, mas que ele não faz, em vista de seu conhecimento total, perfeito e prévio de todas as coisas. Embora possuindo caráter agradável, contudo ele pode deixar de realizar, em razão de outros fatores tais como: ocasião oportuna, propósito ou finalidade, forma, quem vai fazer ou através de quem ele vai fazer, etc.

Existem casos de cura ou de solução de problemas que Deus opera simplesmente por causa de sua misericórdia, tendo em vista o seu caráter complacente e misericordioso e o estado lamentável em que a pessoa se encontra; e não necessariamente por causa da fé.

Evidentemente, não se pode negar a profusão de ações malignas, realizadas até mesmo em nome de Deus, a fim de tornar uma pessoa acreditar em um ensinamento contrário à sua palavra, com conseqüências e desdobramentos mortais e eterno. Contudo, não podemos creditar ao diabo tudo que ocorre em termos de milagres, ainda que fora dos arraiais evangélicos, mesmo sem a obediência a Deus. Isto porque Deus não se circunscreve apenas ao nosso meio. Não está limitado às igrejas evangélicas. Por isso, a nossa imprescindível e indelegável necessidade de discernimento.

Apesar de o nosso inimigo possui muito poder, existem, porém, certos milagres, das mais variadas espécies, que só Deus pode realizar.

Seria possível alguém obedecer a Deus sendo possuidor de fé ínfima? Parece que foi o caso do pai do garoto que estava possesso por um espírito imundo ao exclamar: "ajuda-me na minha falta de fé" (Mc 9.24).

Hebreus 11.1 diz que "sem fé é impossível agradar a Deus". Mas isso é apenas uma possibilidade de se agradar a Deus pela fé, ou com a fé. Ou seja, parece que a fé simplesmente, desacompanhada da obediência, isolada, não agrada a Deus na sua vontade perfeita. Realmente, sem fé é impossível agradar a Deus, mas não basta só a fé para lhe agradar. Parece que a fé apenas abre a possibilidade de se agradar a Deus. Não implicando em obrigação sua de realizar algo.

É necessário que a fé seja acompanha pela obediência e pelas obras correspondentes. Daí é que Tiago fala que a fé deve ser acompanhada pelas obras. De outro lado, pode-se entender que a fé isoladamente, ainda que sem obediência, conquiste certas bênçãos de Deus, levando-o a agir em favor de uma pessoa, mesmo que esta não lhe obedeça. E aí, nesse caso, Deus pode agir em função não da obediência, mas da fé (esta, acompanhada pela ação que a caracteriza e a efetiva).

Assim, Deus agiu de uma forma que não lhe agradou, mas por honra à fé, como se ele fosse forçado a agir em decorrência de uma fé. Mesmo assim, a fé concretizada por uma obra, também, por si só, pode não agradar a Deus. Pode ser algo feito contra ou à revelia da vontade de Deus.

Se à fé e à obra adicionarmos a obediência, ainda assim a realização de alguma coisa pode ser desagradável a Deus, como foi o caso de Balaão. É necessário, para se completar o ciclo, juntar a fé, a obra, a obediência e colocar estes três fatores sob a vontade perfeita de Deus, pois, sem esta, pode se incorrer na sua vontade permissiva, a qual não lhe agrada, mas lhe é aceitável por opção ou para corrigir certas situações.

Dentro desse aspecto, está localizada a fé comum da salvação. Por isso, é que dizer, no último dia "Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? (Mt 7.22)", de nada adiantará para aqueles que não obedeceram o evangelho.

Quando Paulo, fala da vingança de Deus, em 2 Tessalonicenses 1.8, ele se refere àqueles que não obedecem ao evangelho. Não àqueles que não têm fé, apesar desses também estarem envolvidos, pois, como disse antes, pode-se ter fé e não ter obediência. É o caso que Tiago cita a respeito dos demônios que, mesmo possuidores de fé e temor, estão condenados.

Parece-me que a fé é neutra. É um instrumento de toque, de contato, da ação de Deus. Ela pode gerar a obediência ou não (Rm 1.5).

A fé em Deus pode ser apenas para benefícios materiais, não implicando necessariamente em obediência para a salvação. É caso da Teologia da Prosperidade.

Não entendo nem penso que todos os milagres, realizados extra mensagem do evangelho, quaisquer que forem eles, sejam feitos por demônios, por auto-sugestão, por meios naturais ou, ainda, por fatores psicológicos. Acredito que alguns deles são realizados por Deus, atendendo unicamente à fé. 

É o que poderíamos chamar de "a chuva sobre os justos e injustos". Alguns milagres Deus realiza não pretextando a salvação da pessoa (ainda que ele sempre a deseje), mas por seu amor e misericórdia.

Parece que a fé não é santa e nem profana. Poderia ser uma capacidade que Deus dá a alguém, a fim de ser realizada alguma coisa em um determinado momento, em um contexto definido, numa situação específica e com um propósito certo. Daí que alguém que não obedece a Deus ou, às vezes, nem acredita na sua existência como o entendemos, pode, por um ato de fé que não conseguimos explicar totalmente, operar determinados feitos, sem que haja qualquer compromisso da parte de Deus em salvá-lo, mesmo diante daquilo que foi realizado. Fé para transportar montanha é diferente da fé salvadora. Por isso, milagres podem ocorrer independentemente da salvação.

A desesperada e pavorosa súplica "Senhor, Senhor..." (Mt 7.21-23) deixará de existir, se a fé for acompanhada da obediência.

A fé não é uma pessoa, uma entidade ou um ser. A fé é um estado de espírito, de alma ou de ambos, em um momento cronológico ou histórico, proporcionado por Deus para realizar determinados atos, segundo a sua vontade soberana.

Quando Paulo disse que " o deus deste mundo cegou o entendimento dos incrédulos..." (2 Co 4.3), ficou claro que, antes da cegueira veio a incredulidade. Depois de não haver dado crédito à palavra de Deus, o homem fica com o seu entendimento natural, embotado, prejudicado e cego.

Contudo, existem pessoas que têm mais fé, crêem mais, na incredulidade que na própria fé; Há pessoas que são incrédulas (ou não acreditam) na fé e crêem na incredulidade. Crer na incredulidade é descrer na fé. Ter fé na incredulidade é descrer da fé.