18 de julho de 2015

A VERDADEIRA FELICIDADE

Ézio Pereira da Silva

Em uma entrevista na revista Veja 2434, de 15.07.2015, o economista inglês Paul Dolan, professor de ciências comportamentais, na London School of Economics, e autor do livro Felicidade Construída, pede na introdução de sua obra, uma definição de felicidade.
Atendendo sua própria solicitação, ele a define nestes termos: "Felicidade são experiências de prazer e propósito ao longo do tempo".

Entendo que essa definição expressa, em certo sentido e em um determinado período, um conceito daquilo que usualmente se entende por felicidade.

Se usarmos um caminho inverso, acredito que podemos ter uma definição bastante apropriada, partindo da negação da felicidade.

Não é difícil compreender que, sendo Deus conhecidamente a fonte, a razão e a causa do perfeito e eterno amor, a insatisfação dele é, também, o manancial de toda e qualquer coisa que possa ser definida como infelicidade, para quem deveria usufruir o seu amor e receber os seus benefícios mas, que, no entanto, o despreza.

Ou seja, quem não mantém uma relação de amor com Deus, está se privando de usufruir a verdadeira felicidade na única e exclusiva fonte.

Isso porque, o elemento chave que produz felicidade no ser humano é a satisfação de seu Criador com ele. Deus é o único ser do qual emana a perfeita e autêntica felicidade. À parte dele, esta não existe.

Há uma concepção extremamente equivocada de felicidade, que diz: "Não importa o que você faça, se tem origem boa ou má, se é certo ou errado, nada importa! O importante é você ser feliz".
Essa é uma das coisas mais enganosas que o ser humano já imaginou!

Quem não desfruta da comunhão com Deus, está em conflito consigo mesmo e incapaz de ser tocado pela genuína felicidade.

O estado de satisfação e plena realização do ser humano, decorrentes de sua imersão na verdadeira felicidade, procede da sucção contínua e pessoal na fonte divina. 

Excluir Deus e buscar a felicidade é um esforço inútil, cansativo, ilusório e frustrante. É impossível encontrá-la dessa maneira!

Com esse entendimento, podemos nos aproximar de uma maior clareza e chegar a uma compreensão mais estreita, lúcida e íntima da verdadeira felicidade, com a seguinte definição.

Felicidade é o estado de satisfação de espírito e de alma existente em alguém que possui um íntimo relacionamento e comunhão profunda com o Deus Eterno.

Alguém pode ter imaginações e fortes sentimentos, visando conquistar a felicidade, dessa forma:
"Quando comprar uma casa, vou ser feliz";
"Quando comprar um carro zero..."
"Quando casar..."
"Quando..."

Não! Nunca! Não vai! Não se deixe enganar! Essas coisas são boas e necessárias mas, não dão posse a ninguém na felicidade!

"Todo mundo tem o direito de ser feliz!" 
Essa é uma frase extremamente comum e frequente em nossa sociedade.

Direito de ser feliz? Será que temos? Vamos pensar um pouco!

Como pode ser que pecadores, por natureza, tenham o direito de serem felizes? Pecadores, como todos somos, não devem receber o pagamento pelos seus pecados, se não houver arrependimento? De acordo com a Bíblia, sim! ela afirma que "O salário do pecado é a morte." - Romanos 6.23.

Mesmo praticando toda espécie de coisas ruins, traindo, odiando uns aos outros, temos o direito de ser feliz?

Matando, estuprando, roubando, corrompendo, prostituindo, enganando, mentindo, bebendo, xingando, cobiçando, usando drogas, desejando o mal ao semelhante, praticando a imoralidade, sendo egoístas... Continuamos a ter o direito?

A autêntica e eterna felicidade é totalmente incompatível com uma vida de pecados.

Mesmo não praticando determinados atos porém, desejando praticá-los, ainda assim, temos o direito de ser feliz?

Por qual razão teríamos o direito de ser feliz? O que nos faz pensar isso? O que nos dá esse direito? O que, realmente, fazemos para sermos felizes?

O que é felicidade? Qual o conceito mais próximo que possuímos de felicidade? Baseado nesse conceito, estamos aptos, aprovados para sermos felizes?

Vamos pensar um pouco sobre a felicidade.

A felicidade reside na busca e satisfação da vontade de Deus.

A prática de coisas boas ou uma atitude louvável, em algum momento traz uma satisfação imediata; um curto espaço de tempo de felicidade. Mas, esta não é permanente; não se torna  em um estado de felicidade contínua; não é eterna.

Será que eu tenho o direito de ser feliz vendo inúmeras pessoas, meus semelhantes, sentindo-se infelizes, quando eu poderia fazer alguma coisa para amenizar o sofrimento delas e não faço, pensando apenas em mim mesmo? Pode haver felicidade verdadeira para mim, vendo outros serem infelizes?

Se eu tenho felicidade e não posso proporcionar a mesma a outra pessoa, como posso ser feliz? Essa minha "felicidade" não se tornaria, por acaso, uma crueldade?

Teria eu o direito de ser feliz sem fazer outro feliz?

Tenho direito de ser feliz sem "fazer DEUS feliz"? Será que posso isso?

Vamos aprofundar um pouco mais nesse exame.

A bem da verdade, em princípio, Deus não criou o ser humano para ser feliz. Ele o criou para adorá-lo. Criou-o para louvor da sua glória. Nessa adoração de fato, sincera e verdadeira, está contida a verdadeira e eterna felicidade, sendo esta, então, resultado da concreta adoração a Deus.
A felicidade é intrínseca ao pacote que Deus providenciou para o homem. Deus já criou a verdadeira felicidade. Ela não é fabricada! É alcançada! Não é obra do homem, nem do acaso. 

A felicidade não é um alvo a ser atingido! Não é um fim em si mesma! Não é um sentimento vazio e falso, mas um estado de consciência resultante de um viver em comunhão íntima com o Espírito Santo de Deus, o Criador de todas as coisas.

A genuína felicidade é inerente a quem busca a Deus. De quem tem comunhão íntima com Ele. Não é para ser buscada. A busca pela felicidade é algo falso. A felicidade temporal é apenas um conceito imaginado pelo ser humano; o desejo de se sentir bem; de estar bem.

A felicidade real é um estado de pureza, de satisfação santa e bem-estar, fruto da comunhão íntima com Deus. Esse bem-estar não é egoísta, nem sádico, nem algo enganoso que produz apenas uma falsa sensação de bem-estar. Não tem origem em qualquer satisfação ou prazer carnal. Não se alcança pela posse de bens fugazes.

Não é de origem maligna como, por exemplo, o prazer em se vingar de alguém. Ou a esquisita sensação de prazer em ver o sofrimento alheio. Ou, ainda, o sentimento de superioridade sobre o semelhante, o que tem origem na vaidade e na soberba. Não é conseguida pelo fato de se ganhar um prêmio ou conquistar um troféu.

A felicidade não é algo que se compra nem se adquire. Não é um objeto. Não é alegria por um momentâneo sucesso como, por exemplo, a compra de um carro zero, a aquisição de uma casa nova; o recebimento de uma herança, etc.

A felicidade é uma necessidade intrínseca do ser humano, que só é alcançada em um relacionamento com Deus, através do Espírito Santo.

Assim como a saciedade de uma garganta seca de um sedento é atingida pela ingestão de uma água fresquinha, assim a felicidade é alcançada (não conquistada) pela comunhão íntima com Deus.

A felicidade tem um meio próprio, especifico, de ser alcançada.

A felicidade verdadeira, extrema, completa e total não está no sentimento de liberdade de uma pessoa ou no uso que faz do livre-arbítrio. Ela se encontra na submissão voluntária e total a Deus. Essa é a única fonte da verdadeira e plena felicidade.

A felicidade não é um momento de emoção. Momentos de emoção podem desencadear um lapso de tempo em que alguém se sente feliz, mesmo não sendo uma pessoa com uma vida feliz. Essa felicidade é temporária; não permanente.

Sensação de bem-estar não é, necessariamente, sinônimo de felicidade.

Alguém realmente feliz, pode passar por momentos transitórios de angústia e de relativa "infelicidade" (desprazer). Por outro lado, alguém que se sente infeliz, pode passar por um momento transitório de "felicidade" (prazer).

Jesus, no Jardim do Getsêmane, sentiu momentos de muita angústia, mesmo possuindo a felicidade legítima, permanente, total e eterna, por causa de sua íntima vida de plena comunhão com o Pai.

Felicidade não é satisfação momentânea por alguma coisa qualquer.

O estado de verdadeira e permanente felicidade é consistente com uma vida de total, voluntária, definitiva e eterna submissão à vontade de Deus.

Ouvir e praticar a Palavra de Deus e ter os pecados perdoados são as recomendações para a posse da verdadeira felicidade - Lucas 11.28 e Romanos 4.7.

A felicidade é compatível com a gratidão a Deus.

Observe essa promessa da Palavra de Deus, registrada em Isaías 35.10:
"Os resgatados do SENHOR voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; alegria eterna coroará a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido."

Eis a chave da verdadeira e eterna felicidade:

Receber Jesus Cristo como Senhor e Salvador e entregar a vida a Ele é o único meio que proporciona o acesso pleno à presença de Deus, a Fonte da eterna e verdadeira felicidade.

Pode acreditar!

4 de julho de 2015

A Vida ou a Morte?

Ézio Pereira da Silva

Quem não tem medo da morte física?

Com raríssimas exceções, todas as pessoas tem pavor da morte. Ninguém, em sã consciência, deseja morrer.

Prova irrefutável disso é que, diante de uma situação de confronto com a morte, qualquer um dispõe-se a gastar tudo o que tem, e até o que não tem, para preservar sua vida; para permanecer vivo e não sofrer a morte.

Ou seja, qualquer coisa é menos desejável que a vida. 

A bem da verdade, esse é um assunto do qual muita gente não gosta de falar, nem mesmo pensar.

A morte física não traz, em si mesma, para quem a sofre, nenhum desdobramento além de deixar um corpo inerte, sem vida.

A única exceção é essa: se quem morre não recebeu de Jesus Cristo a vida eterna enquanto vivia, terá, necessariamente, de encarar, sem o mínimo preparo, a eternidade. Esta, porém, será para ele um desconhecido e tenebroso labirinto de sofrimentos indescritíveis e sem precedentes.

Interessante é o fato de que para a morte física não há solução. Ou seja, ao ser humano é imposta essa condição e, queira ou não, ele um dia terá de enfrentá-la. Como expressa um dito popular: "Para morrer, basta estar vivo!".

De fato! Desde sua concepção no útero materno, o ser humano está destinado a morrer. O processo da morte começa já a partir desse momento.

Ainda que seja uma realidade consensualmente preocupante, a morte física não é a única morte. Há uma outra que, quando considerada de maneira séria, como deve ser, se revela assustadora.

À revelia de sua vontade, o ser humano se depara com a existência de uma outra morte, incomparavelmente pior que a morte física.

Trata-se da Morte Eterna. Ou seja, a separação eterna de Deus. Ela, também, é chamada de Segunda Morte e Lago de Fogo - Ap 20.6, 14; 21.8.

A morte eterna em tudo é superior, para pior, à morte física.

Isso por implicar em consequências irreparáveis e irreversíveis, por ser eterna; e dimensões cruéis e inimagináveis, pela ausência de toda e qualquer expressão e sentimento de amor. Ver Apocalipse 2.11 e 20.6.

A causa disso é o afastamento eterno de Deus, que é a fonte desses bens, em razão de ser rejeitado e não encontrar lugar no coração do ser humano.

A morte eterna é considerada e ensinada na Bíblia Sagrada como aquilo a que toda pessoa deve considerar como de máxima importância, enquanto dura sua vida física aqui na terra.

No entanto, é notável observar que, para uma parcela considerável da humanidade, a morte eterna parece não ser motivo para muita preocupação. Isso ocorre por desconhecimento ou, quando não, por uma loucura inconsequente e sem comparação com qualquer outra insanidade, imaginável ou não.

Para a primeira morte, a física, não existe nenhum remédio. Para a segunda morte, a eterna, há uma única solução: Jesus Cristo.

Se quanto à morte física você nada pode fazer, graciosamente Deus manifesta a verdade com respeito à morte eterna, que é um inefável alívio: quem decide é você.

Deus lhe dá o livre-arbítrio, a liberdade, esse direito de escolher se quer viver ou morrer eternamente. Você é livre para escolher. Deus enviou Jesus para morrer a sua morte, a fim de dar a você o direito de optar pela vida eterna.

A informação de Deus é: ".... proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal"; - Deuteronômio 30.15 e 19"a".

O conselho de Deus é: "... escolhe, pois, a vida..." - Deuteronômio 30.19"b".

Nada obstante, observe a seguinte contradição de incontáveis seres humanos.

Para a morte física, que possui um peso e valor incomparavelmente menor, o ser humano dá extrema importância e envida seus maiores esforços, tempo e recursos para tentar tão somente adiá-la ao máximo, já que não possui condições de se desfazer dela.

Já para a morte eterna, de importância infinitamente maior, extrema e urgente, ele reserva o desprezo. Não mantém o mesmo juízo de valor.

Sabedor disso, Jesus emitiu um alerta numa pequena parábola a esse respeito e finaliza seu ensino dizendo: "Louco, esta noite pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" - Lucas 12.17-21. 

Exatamente nesta que o ser humano deveria concentrar todos os seus esforços e imputar toda diligência para se livrar dela - porque esta é a que lhe oferece real e eterno perigo -, é a que menos lhe importa.

Atente, agora, para uma revelação extremamente relevante que a Bíblia Sagrada nos mostra.

A Morte Física é obrigatória para todas as  pessoas. Ninguém foge dela! Não há como escapar de sua ação. Motivo pelo qual, não deveria ser lhe dada muita importância.

Por outro lado, a Morte Eterna não é imposta a nenhuma pessoa. É real mas, ninguém é obrigado a sujeitar-se a ela.

Entretanto, para que não tenha nenhum efeito sobre o ser humano, ela precisa claramente ser rejeitada e substituída pela escolha da vida eterna, oferecida por Jesus Cristo. Esse é o único meio de se livrar dela, não obstante não ser imposta.

João 5.24: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida."

Por essa razão, considere com bastante atenção essa verdade: somente sofrerão os efeitos da morte eterna quem, livremente, a escolher.

Para os que optam seguir o conselho oferecido por Deus, existe a solução: Jesus Cristo! Para estes está reservado o cântico da vitória registrado em 1Coríntios 15.55.

Finalmente, as Escrituras Sagradas anunciam o fim da morte, em todos os sentidos e dimensões. Ou seja, a morte da morte! Dessa forma, elas trazem a promessa do maior consolo a esse respeito com essas palavras: "... a morte já não existirá..." - Ap 21.4.

Meu conselho: siga o conselho de Deus e o convite de Jesus.

Romanos 6.23: "... o salário do pecado é a morte (eterna), mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor."