12 de dezembro de 2021

Natal - Celebração Bíblica

Ézio Pereira da Silva


Mt 4.16  - “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.”

Lc 2.10-14 -“O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.”



Final de Novembro, e a maior parte do mês de Dezembro de cada ano, é um tempo em que proliferam nos meios de comunicação mensagens de diversas origens, principalmente de líderes religiosos, promovendo críticas e ataques ao Natal e sua celebração.


A Bíblia não ensina celebrar a crucificação de Jesus, mas o seu nascimento, seu Natal.


Não é razoável de nossa parte promover a celebração ao ato da crucificação mas uma forte lamentação, por ter sido ela um cruento sacrifício da vida de Jesus.


Além disso, precisamos reconhecer e glorificar Jesus por ele ter enfrentado o suplício do martírio e ter saído vencedor.


Não fosse o Natal, a crucificação não teria acontecido e a raça humana estaria perdida para sempre. Sem a crucificação e morte de Jesus, não haveria oportunidade do ser humano ser salvo. 


O caminho do calvário para a salvação da humanidade começou com o Natal. E isso é um fato histórico que merece ser celebrado!


A crucificação propiciou a oportunidade de salvação para os seres humanos. No entanto, ela começou a se tornar real apenas com o Natal do Filho de Deus.


Falar contra o Natal é entender a Bíblia e os planos de Deus de maneira extremamente superficial, distorcida, equivocada e deixar de compreender o seu verdadeiro significado.


Com essa consideração, a data de 25 de Dezembro se torna totalmente irrelevante; é apenas uma convenção humana.


Não critique o Natal por conta da data de sua celebração. Poderia ser outro dia qualquer. Isso não possui a importância que querem lhe atribuir.


Da forma como foram associados ovos e coelhos com a Páscoa, figuras como Papai Noel, Árvore, Guirlandas, Presépio e outras, que foram agregadas indevidamente às comemorações do Natal no decorrer dos séculos, não fazem parte do verdadeiro sentido do Natal.


O que importa, na verdade, é que, através da comemoração do seu nascimento, o Nome de Jesus seja  exaltado e glorificado.


Ele nasceu! E porque nasceu, Ele ofereceu a sua vida para dar a vida eterna a todos quantos nele crerem e o receberem, sem nenhuma restrição.


O Natal foi o evento imprescindível que possibilitou a crucificação e morte do Senhor Jesus Cristo, através da qual veio a salvação e redenção do ser humano.


Na crucificação, existe naturalmente uma lamentação, com gratidão, por Jesus ter se submetido a uma morte cruel para salvar a humanidade.


No Natal, deve ser celebrado o nascimento da vida que iria permitir o ato da crucificação, que selou a vitória sobre a morte e a dádiva da vida eterna a todas as pessoas.


Portanto, com a motivação correta e a maneira certa, celebremos com alegria o verdadeiro Natal que permitiu o sacrifício através do qual Jesus obteve o direito e a autoridade para salvar os pecadores.



18 de agosto de 2018

Deus não faz experiências


Ézio Pereira da Silva

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão 
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” - Romanos 11.33.
“... em quem (Jesus Cristo) todos os tesouros da sabedoria e do 
conhecimento estão ocultos” Colossenses 2.3.

A necessidade de fazer experiências pressupõe desconhecimento parcial ou total, ignorância voluntária, ou involuntária, do pesquisador com relação ao objeto da pesquisa.

Quando cientistas realizam diversos ensaios e experiências, em laboratório ou fora dele, fazem porque o conhecimento deles é consideravelmente limitado.

Normalmente, desejam ter informações sobre a constituição, origem, funcionamento e comportamento de algo, material ou virtual, frente a substâncias, similares ou não, materiais ou mesmo de seres humanos, em níveis físicos, morais ou sociais.

Deus, como é o Autor, Criador, Proprietário Único e Absoluto da verdadeira Ciência, não faz experiências. Ele sabe todas as coisas de forma plena e perfeita.

Ele não é como o ser humano, que faz experiências para ver se as coisas dão certo ou errado. Para ver se elas funcionam ou não.

Ele já conhece perfeitamente todas as coisas desde as suas origens, pois foi quem as idealizou, projetou e criou. Ele não precisa fazer experiências.

Deus proporciona ao ser humano condições necessárias para fazer experiências, a fim de que descubra e aprenda como as coisas são e como se comportam; como funcionam e como devem funcionar.

Por isso, quando Deus faz algumas afirmações na sua Palavra, pseudocientistas ficam alarmados e escandalizados, porque não percebem nem entendem a natureza das coisas, não possuindo conhecimento suficiente para discerni-las.

Considerando que muitos deles, desprovidos de humildade e invadidos pela vaidade, arrogância e orgulho, se perdem em sua presunção. Visto que se julgam donos do saber ou dominadores da ciência, se ofendem e se sentem diminuídos quando questionados.

Demasiadamente soberbos para se sujeitarem Àquele que conhece, plenamente e de fato, todas as coisas, não admitem a ideia de descerem do pedestal da loucura e do materialismo antideus.

Com isso, perdem a oportunidade de conhecerem a real e verdadeira ciência, que é o conhecimento de Deus.

No entanto, se se deixarem persuadir, poderão, através de experiências inteligentes e sábias, conhecerem com profundidade e verdade não só coisas físicas, como também, a mente sábia e inteligente daquele que criou todas elas.

Esse momento pode se tornar bastante interessante, por oportuno que é, para qualquer pessoa conhecer, por experiência própria, o Deus que não precisa de experiências para conhecer todas as coisas mas, propicia ao ser humano a oportunidade de ter sua própria experiência para conhecê-lo.

Assim, podem ter a certeza que serão verdadeiros cientistas e, consequentemente, mais úteis à sociedade.

Melhor, ainda! Se decidirem submeter seus conhecimentos e suas próprias vidas a Jesus Cristo, certamente colherão, pessoalmente, do próprio Autor da Ciência, aquilo que jamais receberiam de outra forma: a salvação e a vida eterna.

Essa é a verdadeira Ciência e Sabedoria! É eterna!













31 de julho de 2018

A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal

Ézio Pereira da Silva

Gênesis 2.8-9; 15-17; 3.1-24


Houve alguém que sempre viveu sem as dificuldades, fadigas e problemas tão comuns aos meros mortais; sobreviveu sem problemas de ordem financeira, livre de enfermidades, preocupações, sentimentos de aflição, dores, saudades, raiva, frustrações, decepções, desprezo, mágoas, angústias, paixões, piedade, traições, rancores, sentimentos de perda, revolta e inúmeros outros.

Esse mesmo ser sempre desfrutou do melhor que a vida pode oferecer, conviveu com uma paz efetiva, pertenceu a uma família harmônica, possuiu bom relacionamento com a sociedade, governo, justiça e, durante sua existência, sempre foi uma pessoa afortunada e feliz. Nunca, jamais se viu em qualquer adversidade. Ou seja, realmente alguém que só viveu no contexto do bem.

Claro! Essa é uma concepção fictícia. Excetuando-se a pessoa de Jesus, nunca existiu ninguém com esse histórico. Mas, imaginemos alguém assim!

Quem, por acaso, pudesse nascer e viver somente sob a tutela do bem, jamais conseguiria conhecer e muito menos entender o que, de fato, é o bem. Qualquer ser humano só tem condições de perceber a existência, a essência e o caráter do bem, por meio da adição e confrontação de um outro elemento completamente oposto ao que já tenha vivenciado. Um contraponto! Um contraste real!

Esse elemento, imprescindível para informar e trazer à consciência a existência e a essência real do bem, conhecemos como o mal moral. Tão somente em comparação com o mal moral é que o ser humano tem condições de perceber e entender o que, de fato, é o bem. Se não tiver o mal como contraste e referencial, o bem jamais pode ser reconhecido como o bem moral, na sua essência. 

Uma pessoa só tem condições de sentir uma sensação de prazer, por exemplo, pela presença prévia de um desprazer, durante um tempo suficiente que o coloque em um estado indesejável de incômodo que lhe provoque um desejo de se ver livre dele. 

Isso é possível exatamente pela interrupção e ausência desse desconforto, após haver passado um lapso de tempo pela desagradável experiência.

É o caso da cessação de uma dor aguda e persistente, depois de uma pessoa ter sofrido a sua sensação dolorosa. Sem o concurso desse sofrimento, ela jamais poderá obter essa preciosa sensação de alívio.

Alguém já disse, brincando, que “gostaria de sofrer um tempo de dor só para ter o prazer de sentir o alívio do sofrimento que ela provoca”.

O que vai definir a quantidade e a qualidade do bem que alguém terá é a quantidade e a qualidade do mal que lhe sobreveio. É a vitória depois da batalha que só pode ter lugar com o advento da guerra. Sem esta, aquela é impossível.

A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal

Neste ponto é que entra o concurso da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal na história do ser humano.

Para que serviu a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal no Jardim do Éden? Ela teria alguma função especial? Sim! Qual seria a sua função? Qual a necessidade de ter sido ela plantada ali?

Deus fez brotar no Jardim do Éden a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal com um objetivo definido. Como o próprio nome informa, ela foi estabelecida naquele lugar com um propósito definido e uma finalidade específica: a de fornecer ao ser humano o conhecimento.

Conhecimento de quê? Conhecimento do bem e conhecimento do mal! De que forma? Experimental. Por contraste. A fim de que o ser humano pudesse distinguir entre um e outro e obtivesse a capacidade de discernimento e de escolha.

Ela foi colocada no jardim do Éden, a fim de que o ser humano tivesse, por experiência, o conhecimento do bem e do mal. Foi usada como elemento coadjuvante, necessário à formação do nível da consciência humana adequado para discernir entre o bem e o mal.

Deus não criou robôs! Ele criou seres inteligentes, pensantes, livres, com capacidade de escolha e, consequentemente, responsáveis por suas decisões.

Deus não força ninguém a andar em seus caminhos. Concedeu, porém, aos seres humanos a livre escolha de decidirem, por si próprios, se querem seguir a Deus e o bem ou, se não querem.

Apresentou aos pais da raça humana o bem e o mal para que, de maneira inteligente, isto é, com responsabilidade, pudessem decidir e, como seres livres, tais como foram criados, escolhessem livremente o caminho que desejassem.

Por isso, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal fazia parte do processo de formação e aperfeiçoamento do ser humano, quanto à sua constituição moral.

Observe atentamente essa informação! A Árvore não era má! Ela não produzia o mal. Ela era a Árvore do Conhecimento! Proporcionava o conhecimento de ambas as coisas: do bem e do mal e a relação entre elas de forma experimental, através da capacidade da comparação.

O objetivo final de tudo isso visava a criação de seres humanos como verdadeiros e espontâneos adoradores do Deus Criador, além de forçar a manifestação do mal na sua essência, a fim de ser aniquilado para sempre.

Numerosas vezes, ao promulgar um juízo através de castigo ou punição, Deus anunciava o efeito didático do referido mal dizendo: "... e saberão que Eu Sou o Senhor”! Ou seja, tendo coercitivamente contato com o mal como um elemento imposto, eles conseguirão entender a bondade e soberania de Deus.

O ser humano teria oportunidade de conhecer um e outro: o bem e o mal. E, entre ambos, o produto ou resultado final, através da relação entre as duas realidades. E isso, não só na experiência mas, também, na percepção e no entendimento da essência de cada uma delas.

A partir daí, o mal moral já não seria mais um inimigo oculto, não manifesto. inexistente, irreal, fictício. Ao mal, foi imposto, pelo Senhor Deus, que se tornasse claramente notório pela criatura recém criada e formada à imagem e semelhança de Deus.

Dessa forma, não sendo obrigado a escolher o mal, por ter sido capacitado com discernimento, o ser humano pode, de maneira sábia, fazer a escolha certa, reconhecendo Jesus Cristo como o Único Senhor e Salvador de sua vida.

Com essa decisão, o ser humano mostra que compreendeu todo o sentido e finalidade desse instrumento de Deus, plantado no Jardim do Éden.

Feliz aquele que der crédito a essa verdade!



25 de julho de 2018

A Utopia da Liberdade

Ézio Pereira da Silva 

“Ao Senhor (Deus) pertence a terra e tudo o 
que nela se contém, o mundo e os que 
nele habitam” - Sl 24.1.

O ser humano não é tão livre como pensa! Se não, vejamos!

Até mesmo a "sua escolha" por um cônjuge não é propriamente dele. Ou seja, nem o rapaz nem a moça possuem determinação própria, nem mesmo liberdade absoluta para escolher. Explico!

Se um jovem gosta de uma loura, de uma morena, de uma ruiva ou de uma negra, essa preferência já está no seu DNA, colocado por Deus, o Criador. É determinação genética para ele. Ele pensa que "escolhe". Mas, na verdade, ele apenas, em determinado momento de sua vida, passa a ter conhecimento daquilo que em seu DNA já está predeterminado.

Uma jovem que tem preferência por um negro, o rapaz louro de olhos azuis não vai lhe interessar. Não é ela quem define isso, mesmo que queira. Não há como ela dar preferência por alguém incompatível com aquele tipo biológico já determinado em seu DNA.

A mesma coisa para uma fruta. Por exemplo, minha esposa ama figos verdes, doce de figos, etc. Eu não gosto. Não fui eu quem determinou isso. Já estava lá no meu DNA antes de eu nascer. 

Um dia tentei comer uma compota de figo muito linda e atrativa. Quem foi que disse que eu consegui? Não teve jeito! Joguei fora, apesar de ter achado linda. Não adianta! Eu nunca vou conseguir gostar de figos, nem mesmo forçando a barra.

Eu não decidi gostar ou não de figos. Apenas percebi que não gostava.

Por outro lado, gosto muito de pequi. Já outra pessoa da minha família não suporta nem o cheiro. Não fui eu nem ela quem determinou isso! 

Da mesma forma, não escolhemos nossa compleição física. Não decidimos nossa estatura, cor da pele, preferências por cores, fragrâncias ou sabores, nem quem seriam os nossos ancestrais. Já nascemos com paladares predeterminados.

Não temos nenhuma capacidade de interferência em “achar” alguém ou algo bonito ou feio. Simplesmente achamos! Não decidimos ter medo de algo. Simplesmente temos! Apenas percebemos essas particularidades nossas.

Não adianta pintar os cabelos. Eles vão continuar com a cor original. O que você pode fazer é apenas mudar a aparência. Mas, isso é superficial.

Dá pra entender que o ser humano não é tão livre assim como pensa que é?

Consegue compreender como Deus tem tudo, absolutamente tudo, sob o seu total controle? “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina” - Pv 21.1.

Entretanto, ele pode, se quiser, dar liberdade para o ser humano para determinadas coisas, dentro de um certo limite. E Deus faz isso com muita frequência.

Para algumas coisas, Deus usa de sua soberana determinação. Para outras, ele dá liberdade total ou parcial, conforme seus propósitos, para que o ser humano escolha.

Paralelo a tudo isso, a maior e mais importante liberdade (na verdade, uma responsabilidade) Deus, na sua benevolência, lhe concedeu: a de escolher o seu destino eterno. Ou seja, a vida eterna ou a morte eterna é escolha pessoal, livre e exclusivamente sua.

Sendo essa concessão uma verdade absoluta, o amor de Deus por você lhe dá esse sábio conselho: escolha a vida!

De que forma você pode fazer isso? Reconhecendo e recebendo Jesus Cristo como Único Senhor e Salvador de sua vida.

Sabedoria de vida: não resista a Deus! Ele sabe perfeitamente o que é melhor para você!

Um detalhe super importante: Deus possui o maior, incomparável e melhor “bom gosto” de todo o universo e de todos os tempos!

Procure conhecer a Deus. É a melhor coisa que você pode fazer nesta presente vida!

5 de maio de 2018

Eventos Escatológicos à Vista

Ézio Pereira da Silva


A Bíblia é a única autoridade que fornece corretamente a ordem cronológica dos eventos ou acontecimentos finais na história da humanidade, no tempo e no espaço.

Uma análise bíblica com razoável profundidade, e que considere a associação de elementos comparativos dos textos sobre o tema, revela a sequência mais aproximada do que deve ser esperado daqui para a frente.

Em face das dificuldades encontradas para ordenar os fatos e absorver esse entendimento, o máximo que se pode conseguir com cautela e de maneira criteriosa, é apenas um vislumbre da ordem exata dos acontecimentos. Ou seja, de como e quando os fatos, realmente, se sucederão.
Um fator agravante para o entendimento são aqueles acontecimentos, que se desencadearão de forma simultânea, tais como o juízo de Deus sobre a Besta e o falso profeta e a transformação física do planeta Terra.

Resguardadas possíveis surpresas, a ordem sequencial dos eventos finais que devem ser esperados de agora em diante que mais se aproxima da realidade é a seguinte:

1) a Apostasia (revolta contra Deus);
2) a manifestação e domínio do Anticristo;
3) a Grande Tribulação com todos os seus desdobramentos:
- escurecimento do sol e da lua;
- a marca da Besta;
- perseguição e morte de cristãos;
- queda de estrelas;
- outros;
4) a vinda (descida visível) de Jesus dos céus com a Nova Jerusalém;
5) a primeira ressurreição (dos cristãos salvos que morreram);
6) a transformação física dos cristãos salvos vivos;
7) o arrebatamento dos cristãos salvos vivos até às nuvens;
8) o juízo intermediário de Deus sobre as nações, os adoradores da Besta, e o seu reino;
9) a prisão de Satanás por mil anos;
10) lançamento do Anticristo (a Besta) e do Falso Profeta vivos no Lago de Fogo;
11) a transformação física do planeta Terra;
12) o início do Milênio;
13) o estabelecimento da Nova Jerusalém na Terra;
14) a inauguração do reinado de Cristo na terra;
15) o final do Milênio;
16) a soltura de Satanás da prisão;
17) a revolta final dos inimigos de Deus liderados por Satanás;
18) o lançamento de Satanás e seus exércitos no Lago de Fogo;
19) a segunda ressurreição (dos pecadores impenitentes);
20) o Juízo Final (julgamento individual e sentença condenatória dos ímpios);
21) o lançamento dos pecadores que receberam a marca da Besta no Lago de Fogo (a segunda morte);
22) o início da eternidade futura (o estado eterno de plena felicidade com novos céus e nova terra).

13 de abril de 2018

O Caráter do Evangelho

Ézio Pereira da Silva

A Bíblia Sagrada revela algumas facetas exemplificativas do caráter, muitas vezes ignorado, do verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, com relação ao cristão.



As Escrituras ensinam que enquanto o cristão estiver vivendo nesse tempo presente, mesmo considerando sua sinceridade, amor e fidelidade a Deus em tudo, permanece válida a verdade de que,

O Evangelho não lhe dá garantia de prosperidade financeira;

O Evangelho não lhe dá garantia de riquezas materiais;

O Evangelho não lhe dá garantia de uma posição social de destaque;

O Evangelho não lhe dá garantia de saúde física;

O Evangelho não lhe dá garantia de isenção de dificuldades;

O Evangelho não lhe dá garantia de ausência de sofrimentos;

O Evangelho não lhe dá garantia de que não sofrerá privação de alimentos e, até mesmo, fome;

O Evangelho não lhe dá garantia de ser compreendido pelos seus semelhantes e familiares;

O Evangelho não lhe dá garantia de não ser perseguido;

O Evangelho não lhe dá garantia de não ser maltratado;

O Evangelho não lhe dá garantia de integridade física;

O Evangelho não lhe dá garantia de uma vida de paz nos padrões da sociedade;

O Evangelho não lhe dá garantia que Deus responderá todas as suas orações;

O Evangelho não lhe dá garantia de que obterá vitória em todas as lutas;

O Evangelho não lhe dá garantia de felicidade nesta vida;

O Evangelho não lhe dá garantia de que terá gratidão pelas suas boas obras;

O Evangelho não lhe dá garantia de reconhecimento de sua piedade;

O Evangelho não lhe dá garantia de alívio de todas as suas aflições;

O Evangelho não lhe dá garantia de livramento de tragédias diversas;

O Evangelho não lhe dá garantia de não sofrer infortúnios familiares;

O Evangelho não lhe dá garantia de ser livre de prejuízos financeiros;

O Evangelho não lhe dá garantia de livramento nem mesmo de morte física prematura.

A despeito dessa realidade, o Evangelho lhe dá a absoluta, certa, completa e total garantia de que o cristão herdará a vida eterna, com todos os inimagináveis e indescritíveis benefícios eternos a ela inerentes, além da infalível certeza de que Deus enxugará de seus olhos toda lágrima, eliminará para sempre a tristeza, dor, medo, pavor e morte, colocando em seu lugar a eterna e verdadeira felicidade.

Precisa de mais alguma coisa?

A promessa da Palavra de Deus é: “... os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”. Rm 8.18.


9 de abril de 2018

As Razões de Deus

Ėzio Pereira da Silva

Por que Deus não faz algumas coisas que nós pensamos que ele deveria fazer; enquanto faz outras que achamos que não deveria fazer? Por que Deus faz o que faz?

Por que, muitas vezes, Ele age de maneira totalmente diversa daquela que imaginamos e, não raras vezes, de forma estranha?

Por que razão Ele deixa para agir, quase sempre, no “último momento”, quando tudo parece já estar perdido?

Deus age assim por várias razões. Dentre outras possíveis, algumas delas:

Primeira: ele conhece todas as coisas de maneira prévia, abrangente, plena, profunda e total, além do perfeito inter-relacionamento entre elas; e como elas interagem entre si;
Segunda: sabe o objetivo de cada uma delas e o bem ou o mal que cada uma, separadas ou juntas, pode provocar.
Terceira: ele é santo, justo, bom, amoroso e de caráter irretocável;
Quarta: ele é a fonte de todo o conhecimento, ciência, inteligência e sabedoria;
Quinta: ele é atemporal. Não está limitado ao tempo (Cronos, Kairós ou Aeon). Passado, presente e futuro, para ele, é realidade contínua, inseparável, indivisível, constante, ininterrupta, viva, concreta e atual;
Sexta: ele é essencialmente perfeito e perfeito em tudo o que faz;
Sétima: sabe de maneira plena e profunda o que é certo e o que é errado;
Oitava: conhece o tempo certo para cada coisa e ação, quando elas precisam ocorrer e os possíveis resultados que produzirão;
Nona: a decisão que tomar (fazer ou deixar de fazer), conforme a necessidade de cada questão, sempre será boa, perfeita, objetiva, justa e amorosa, já considerados todos os aspectos e condições favoráveis e desfavoráveis;
Décima: Ele é Soberano sobre todas as coisas e possui o controle e domínio de tudo;
Décima-primeira: Ele conhece profunda, total e perfeitamente o resultado certo, além das possíveis e impossíveis consequências de e para cada coisa ou ação;
Décima-segunda: conhece todas as coisas de forma total e perfeita, em todos os sentidos e níveis, quer espirituais, físicos e emocionais, sabendo tudo o que é falso e o que é verdadeiro;
Décima-terceira: Ele conhece e sabe total e perfeitamente a razão e a finalidade de todas as coisas;
Décima-quarta: até aquilo que não existe Ele conhece total e perfeitamente e, de acordo com o seu propósito, soberania e exclusiva prerrogativa e autoridade, quando necessário, como Criador, traz à existência qualquer cxoisa inexistente - Rm 4.17;
Décima-quinta: Ele costuma agir quando quem o pede para realizar algo perde todas as esperanças que possuía em outras soluções, permitindo que mostre seu cuidado e amor pelas vidas que criou;
Décima-sexta: Ele é conhecedor total, profundo e perfeitamente entendido de todas as ciências, mistérios, o visível e o oculto. Toda a inteligência e sabedoria possuem nele a sua fonte;
Décima-sétima: Ele é o Criador de tudo o que é natural e sobrenatural. Ele é quem tem o domínio de tudo e de todos e sabe com perfeição a utilidade, finalidade e destinação de cada coisa que existe, seja visível ou invisível, ate mesmo das coisas inexistentes;
Décima-oitava: possui Ele o domínio total e é quem sela o governo e o destino de todas as nações da terra;
Décima-nona: Ele é quem detém o controle de todas as áreas do conhecimento e dos relacionamentos humanos;
Vigésima: Deus é quem possui o domínio, a autoridade e o controle total e absoluto de todos os poderes dos infinitos universos existentes, criados pelo seu imensurável poder, e os que ainda vierem a existir;
Vigésima-primeira: toda a eternidade futura, isto é, tudo o que está por vir, Deus conhece perfeitamente de antemão. Ele tem prévio e pleno conhecimento de como vão terminar todas as coisas provisórias e como ficarão estabelecidas as de caráter eterno.

Por tudo isso, e ainda muito mais, é que ele tem absolutamente todo e qualquer direito de fazer o que bem quiser, sem se submeter à consultas ou prestação de contas a nada e a ninguém.

Quer ver algo interessante? Ele não consultou nada, nem a ninguém, para fazer você do jeito que você é, com as suas características peculiares. Você é singular! Exemplar único. Não existe ninguém, nenhum outro ser humano igual a você.

Por essas e outras razões, é sábio e prudente confiar em Deus e permitir que Ele indique para nós a sua perfeita vontade.

Isso porque, só Ele sabe o que faz e o faz de maneira divinamente perfeita!

O corolário de tudo isso é que a maior de todas as razões pelas quais Deus faz tudo o que faz, e como faz, é o seu grande e infinito amor.



Foto: Vado

30 de março de 2018

Sofrimento - Diversidade e Objetivos

Ézio Pereira da Silva

SEGUNDA PARTE - Hebreus 2.10

Continuação do artigo O Mistério do Sofrimento

Muitos se tornaram heróis e entraram para a história porque sofreram. Não tanto pelo que realizaram mas, por causa do sofrimento a que se submeteram para fazer o que fizeram.

Quando o verdadeiro cristão encerra suas atividades neste mundo, acabam-se os seus argumentos pessoais contra a vontade de Deus em sua vida e, consequentemente, termina o seu sofrimento. Daí em diante é somente alegria plena, inaudita e eterna.

Benefícios do sofrimento
Um dos maiores trunfos ou propósitos do sofrimento, e que justificam a sua necessidade, é que quanto maior, mais abrangente e mais intenso for (ou mais de um desses fatores combinados), mais detestável, odiado e temido ele se torna.

A contrapartida é que o alívio, a libertação ou o se ver livre desse sofrimento se torne algo intensamente desejável. Isto é, a ausência do sofrimento pela ação do bem, da paz, da harmonia, da quietude, do perdão, da tranquilidade, da liberdade e do amor. Enfim, as coisas boas da vida, se tornam desejáveis com mais avidez.

Um dos objetivos do sofrimento é levar alguém a odiar tudo aquilo que é ruim e o produz, de forma que passe a detestar o mal, a desejar ardentemente o bem, reconhecendo que Deus é o Senhor sobre tudo e, dessa forma, nunca mais propor fazer nem aceitar praticar aquilo que é ruim, porque resulta em sofrimento.

Uma comparação: para que serve uma prova, um teste?

Serve para comprovar o real valor de quem é testado.
Quem é beneficiado por um teste? Um teste beneficia a quem a ele se submete. Concurso, prova, competição, vestibular, etc., são testes. Quem se submete a eles sofre. Vai revelar quem ou o que alguém é ou de que é capaz.

O teste não possui benefício para quem não tem real valor. Para quem é reprovado, a avaliação vai apenas demonstrar sua incapacidade e desvalor.

Para esses, o teste é prejudicial mas, para quem possui valor, é benéfico.
O valor de alguém só é reconhecido depois de ser revelado por um teste. O teste beneficia quem tem valor. O que é, na verdade, um teste? Sob vários aspectos, teste é um sofrimento!

Alguém que não sofre não tem capacidade de desejar o bem, porque o desconhece. O que é essencialmente bom será conhecido por alguém, proporcionalmente ao conhecimento que este alguém possua daquilo que é, essencialmente, ruim.

Quem não sofreu, ou não está sofrendo, não tem nem mesmo capacidade ou parâmetro para discernir o que é bom ou ruim. Isso, porque não possui experiência para fazer comparações ou distinguir coisas diferentes entre si.

Foi o que aconteceu no Jardim do Éden. O ser humano só percebeu o estado de prazer em que vivia quando caiu em pecado. Só se deu conta do que era bom (o bem) quando provou o que era ruim (o mal). Houve o envolvimento com o elemento de comparação.

Quem conhece só o bem, não percebe que o bem é bom. Só terá condição de saber, pela prova ou experimento do mal. Da mesma forma, quem conhece só o mal, não sabe que o mal é ruim. Não possui o parâmetro comparativo.

Quem conhece apenas o bem, não sabe o que ele significa em sua plenitude. Não percebe a essência do bem. Só pode saber, através do conhecimento do mal, por experiência. 

É necessário que o ser humano seja exposto aos dois (o bem e o mal) e, aí, poder escolher entre ambos o que seguir, o bem ou o mal. Quem determina isso não é o ser humano mas, o próprio Deus.

Não foi, por acaso, essa realidade que o Criador quis revelar? A  Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal porventura, não teria sido o instrumento que Deus usou para fazer o ser humano conhecer tanto o bem como o mal?

Não foi a oportunidade de o ser humano, pelo seu livre-arbítrio, escolher livremente o que queria seguir: o bem ou o mal? Pela ingestão do fruto da Árvore, o ser humano teve a oportunidade de provar, ou conhecer, o bem e o mal.

Não quis Deus, porventura, que se manifestasse a essência do caráter de cada um deles e, assim, dar o destino eterno a ambos, conforme o caráter ou a essência de cada um e, dessa forma, destruir a raiz do mal, na essência, e exaltar o bem?

Para isso, não seria necessário que o mal se manifestasse no ser humano, revelando-se, então, a necessidade do pecado entrar no mundo?

Não há vitória sem guerra, sem competição. A guerra (ou adversidade) é elemento compositivo da vitória como, por exemplo, o hidrogênio e o oxigênio, que compõem a molécula da água.

Como já mencionado, a dor é necessária para diagnosticar uma doença silenciosa, sutil e mortal, a fim de preservar da morte alguém que a contraiu.

A enfermidade se torna manifesta pela dor, a fim de ser debelada, destruída.
Com o mal terá sido a mesma coisa? Isto é, Deus fazer com que o mal, em sua essência, se manifestasse na natureza, através de Lúcifer e do ser humano, para que fosse para sempre exterminado?

É absolutamente normal que Deus, às vezes, faça alguém passar por uma situação complicada. Sem dúvida nenhuma, seu objetivo é, de alguma maneira, edificar a sua vida.

Da mesma forma, é normal a repetição de algo desagradável na vida de alguém quantas vezes forem necessárias, dependendo se a lição que a motivou tenha sido aprendida. Caso negativo, provavelmente a situação poderá persistir ou se repetir.

Nesse ponto, surge um questionamento: quanto tempo isso pode demorar?

Naturalmente, pode durar muito tempo, dependendo da absorção, ou pouco, se a lição for assimilada em um curto espaço de tempo. Ou seja: lição aprendida, etapa vencida; lição não absorvida, repetição da etapa. Até que a lição tenha sido compreendida.

Por que algumas vezes Deus não alivia o sofrimento de seus filhos? Até mesmo de dor física? Como Ele nada faz sem razão ou propósito, nem injusto ou mau, podemos estar certos de que o efeito final será benéfico. Com certeza, há pelo menos um propósito para isso! Do contrário, Ele não permitiria.

Objetivos do Sofrimento
Na amplitude do sofrimento, alguns propósitos podem ser destacados:
- intensificar no ser humano o desejo de estar na presença de Deus na eternidade e, em razão disso, se ver livre de tudo aquilo que o sofrimento traz de indesejável;
- desejar extremamente, com muita avidez, algo da parte de Deus e a ausência daquilo que causa ou produz sofrimento;
- provocar aversão às trevas e amar a luz;
- verificar experimentalmente a diferença entre a justiça e a iniquidade;
- mostrar a diferença entre o bem e o mal, entre a morte e a vida e entre o senhorio de Jesus e o cativeiro de Satanás;
- demonstrar que a paz é preferível ao tormento e a dor deve dar lugar ao santo prazer;
- criar uma aversão ao sofrimento e tormentos fortes, cruéis, intensos e dolorosos que ele traz, de tal forma que, em qualquer tempo no futuro, seja produzido um pavor tão enorme que até o mínimo pensamento ou ideia dele provoque no ser humano um exacerbado e supremo esforço, para que não seja mais atingido;
- fazer com que o sofrimento se mostre tão detestável que, a mínima ideia de ser tocado por ele, provoque um pavor intenso e um desejo de vê-lo afastado o mais possível e nunca mais haja memória dele para sempre;
- revelar com clareza o caráter cruel de Satanás. O que só pode ser conhecido de forma experimental e não meramente teórica;
- mostrar que Satanás é extremamente perverso, de tal forma que o ser humano não lhe dê mais chances de lhe infligir sofrimentos;
- fazer ver a diferença entre o caráter e a bondade de Deus e a perversidade de Satanás;
- dar ao ser humano a oportunidade de usar conscientemente o livre-arbítrio para escolher a quem deseja se sujeitar: à liberdade oferecida por Jesus ou ao cativeiro imposto pelo diabo;
- treinar e habilitar o cristão a servir outros;
- oferecer ao ser humano a oportunidade de escolher entre a vida e a morte.

Deve ser entendido que, quanto mais forte, intenso e extenso for o sofrimento, mais o mal será detestado e aborrecido. Além de não querer mais pecar, o cristão vai almejar, com maior intensidade, a glória da santificação.

Essa promessa de Deus continua atual e viva: “Olhos humanos não viram... o que Deus tem preparado para os seus.” - 1 Co 2.9.

A felicidade e a alegria em Deus serão mais valorizadas e desejadas, com intensidade inversamente proporcional ao sofrimento, porém, com abrangência, qualidade e quantidade infinitamente maiores.

Da parte de Deus, o que ele tem para nós é extremamente maior que o nosso desejo, por mais intenso que este seja.
“... Os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada” - Rm 8.18.

Por causa daquilo que Deus fez no nosso interior, o que é exterior e desagradável desta vida, produz repulsa, aversão, ódio e sofrimento.

O que tem em nosso interior é inverso ao que temos no sistema perverso e maligno da vida exterior, onde reina o mal, com todos os sentimentos terríveis que produzem.

Quanto maior, mais intenso e duradouro for o sofrimento, maior e mais intenso será o desejo de aborrecer o que lhe causou, sair dele e ganhar alívio e felicidade, no mínimo, equiparados e inversamente proporcionais a ele.

A retirada do sofrimento já provoca uma enorme sensação de felicidade, alegria e bem-estar, quanto maior tiver sido a intensidade do sofrimento. Só que, da parte de Deus, há muito mais que isso. Não apenas a libertação, o alívio do sofrimento mas, algo infinitamente maior.

Sabe aquela coisa quando uma dor desaparece do nosso corpo? A sensação de prazer e o efeito que a retirada provoca? Pois é a mesma coisa! Quanto maior o sofrimento, maior será a alegria quando ele cessa.

É muito difícil para o ser humano tornar-se humilde e quebrantado. Com isso, a fim de ser tratado em seu orgulho, vaidade, soberba, pecados ocultos, presunção e cegueira espiritual, sofrimentos específicos lhe são impostos, com a finalidade de libertá-lo desse jugo.

Por isso, sempre tem de passar por quebrantamento e arrependimento, os quais sempre produzem algum tipo de sofrimento, nesse caso, salutar. Eu mesmo! Neste exato momento em que escrevo este texto, estou passando por esse processo.

Exemplo e lições de Jesus no sofrimento
Os benefícios dos sofrimentos de Jesus. Eles existem? Quais foram? Há algum dimensionamento exato? E se Ele não tivesse sofrido? Existe avaliação suficiente?

Jesus Cristo, exatamente e exclusivamente por ser o verdadeiro Deus, foi o destinatário do ápice de todo o sofrimento universal e de toda a história, em seu mais alto grau e abrangência, com todos os horrores da condenação eterna, que deveria cair sobre toda a raça humana, por todos os pecados cometidos. Tudo desabou sobre ele.

Como alvo e sujeito principal do sofrimento e de todas as suas implicações, Jesus Cristo é a figura central para quem foi convergido todo o tipo de sofrimento - físico, mental, espiritual e emocional, na sua maior intensidade, dor, crueldade e abrangência jamais suportadas, em toda a história da humanidade.

Já imaginaram a criatura supliciando, sendo verdugo de seu Criador? Sofreu o desprezo, afrontas e ataques inimagináveis de sua própria criatura, a quem havia criado com a infinita expressão de seu amor. Alguém consegue imaginar as dimensões, influências e profundidade dos sofrimentos de Jesus?

A imaginação, se houver, precisa ter, necessariamente, como ponto de partida, a imprescindível observação: Jesus Cristo é, essencialmente, o Deus Todo Poderoso e o Criador de todas as coisas.

Deve finalizar, pelo menos momentaneamente, com os resultados expressos na palavra profética em Isaías 52.13-53.12 e de forma mais ampla em toda a Bíblia, ainda que ciente de não poder imaginar os limites de seus efeitos.

Além disso, necessário é contemplar as dimensões (largura, altura, comprimento e profundidade), extensão (efeitos transformadores nas esferas espiritual, física e material), abrangência (seres espirituais, seres humanos mortos e vivos e animais) e duração (da eternidade passada até a eternidade futura) dos seus sofrimentos.

É humanamente impossível discorrer a respeito de tudo o que se relaciona, positiva e negativamente, com os sofrimentos de Jesus. Todas as consequências terríveis do pecado e da maldade de toda a raça humana caíram sobre ele, em todos os níveis, quer espirituais, físicas, psicológicas, emocionais, sociais, etc.

Quem foram os beneficiários dos sofrimentos de Jesus?
Todos os seres humanos, animais, a natureza e a criação. Ele atendeu todos os pré-requisitos e pagou o altíssimo preço exigido para a propiciação, restauração, resgate e redenção de tudo. Por isso, pode conceder perdão e a salvação eterna a todos os que crerem.

Assim como os sofrimentos de Jesus trouxeram resultados amplos e eternos para muitos, assim também os sofrimentos dos cristãos trazem benefícios para si próprios e para muitos que, se crerem também, se beneficiarão, principalmente obtendo o perdão de Deus e recebendo a vida eterna.

Se Jesus não tivesse morrido, tudo estaria irremediavelmente perdido. A humanidade, a criação, a natureza..., tudo! Literalmente, tudo!

Algumas referências úteis sobre o sofrimento: Sl 91; Tiago 1.2-3; 1 Pe 4.12-16; 5.8-10.

Sofrer é ruim! Sofrer muito é muito ruim! Sofrer sozinho é terrível! Sofrer a condenação eterna é indescritível e inimaginável!

Jesus Cristo padeceu todos os horrores dos sofrimentos e, por isso mesmo, Ele pode livrar da condenação e do sofrimento eterno todo aquele que, através dele, se aproxima de Deus.

Atente nessa verdade: a raiz e causa principal do sofrimento humano é o seu desconhecimento de Deus.

Finalmente, um conselho útil que, se atendido, certamente pode fazer bem!

Alguém qualificado e idôneo, que possa oferecer ajuda fundamentada nos princípios da Palavra de Deus, com resultados eternos permanentes, deve ser procurado.

Pense nisso!!!

29 de março de 2018

O Mistério do Sofrimento

Ézio Pereira da Silva

PRIMEIRA PARTE - 2 Co 1.3-7

Quem pode compreender, de verdade, o sofrimento?

Quem é sábio o suficiente para conhecer o que é o sofrimento? Quem pode avaliar o seu real significado, sua importância, valor, tipos, razões, dimensões, propósitos, necessidades, níveis de intensidade, abrangência e resultados?


O sofrimento na dimensão humana.

Sofrimentos necessários para treinamento e preparo de quem precisa ter experiência e vai usar esses mesmos sofrimentos para ajudar e cuidar de outros.

Sofrimentos, no caso dos cristãos, por causa do testemunho que compartilham.

Sofrimento por incompreensão, por incapacidade de realizar alguma coisa, pela perda de esperança, por frustrações, por vergonha, até sofrimento sem causa aparente, além do sofrimento causado pelo sofrimento de alguém.

Neste particular, vale lembrar da solidariedade da raça humana, na qual, cada ser humano tem parte, de alguma forma e em determinada intensidade, com o bem ou mal, que ocorre com o seu semelhante.

Sofrimento por causas naturais.

Sofrimentos decorrentes de causas naturais, ou sociais, tais como enchentes, epidemias, revoluções, guerras, conflitos diversos, etc. São os mais variados. Isso, porém, tem uma origem: A Queda de Lúcifer e do Ser Humano.

Segundo as Escrituras Sagradas, quem provocou e trouxe o sofrimento ao ser humano foi ele mesmo! Então, sendo assim, em princípio, ele não tem de que reclamar.

Sofrimento com a geração da família (Gn 3.16); sofrimento com trabalho (Gn 3.17-19, 23); sofrimento com a preparação da terra, etc. Não era para ser assim.

A promessa era para todos viverem no jardim, sem sofrimento. Mas, expulsos, o esforço para se manterem vivos constituiu-se em sofrimento. O próprio trabalho, como referido acima, é um sofrimento. Consequência da rebelião do ser humano contra Deus.

Foi mais intensificado ainda pelo enfraquecimento da força do solo, da terra (Gn 4.12), por causa da maldição que caiu sobre o planeta (Gn 3.17), em decorrência do pecado do homem que a contaminou.

Em função dessa nova realidade de vida, houve, também, uma intensificação do sofrimento. Vide a sentença sobre Eva em Gênesis 3.16.

Neste ponto, é necessário dizer que o pecado é anterior a Adão. Isto é, antes da criação do ser humano na face da terra.

Observe que a criatura humana pecou antes da queda, quando estava ainda no seu estado natural da inocência. Não foi a queda que levou o homem a pecar; mas o pecado levou o ser humano a cair. O pecado ocasionou a queda e não a queda ocasionou o pecado. Lembre-se de que Lúcifer pecou antes do homem.

O problema, então, já existia antes. Isso nos leva a pensar e a entender que Deus precisava tratar com a natureza original do ser humano. Exatamente, a que ele possuía antes da queda.

Alguma coisa precisava ser feita. Algo que já estava na presciência de Deus. Um plano perfeito, cujo tema eu tratei no artigo "A Intrigante e Necessária Queda de Lúcifer e do Ser Humano". Leia neste site.

O sofrimento na natureza animal.

O sofrimento intenso da ostra para preservar a si própria de um ataque produz um pérola de alto valor. Assim é o sofrimento. É salutar para preservar a vida física e dar condições para tomar posse da vida eterna.

O sofrimento é necessário para produzir pérolas. Como no exemplo das ostras, pérolas são produtos de dor, de sofrimento. São feridas curadas, como alguém já disse.

Tipos e áreas de sofrimento.

Além dos já mencionados, há uma variedade enorme de situações, áreas e tipos de sofrimento, com as quais convivemos.

A dor

O sofrimento é necessário, assim como a dor é necessária para diagnosticar uma enfermidade silenciosa, sutil e mortal, e preservar da morte alguém que a contraiu. Várias doenças se tornam manifestas pela dor, a fim de serem debeladas, destruídas.

A fome

A fome é outro sofrimento necessário. Ninguém sobrevive sem fome, pois, sem ela, não há como se alimentar naturalmente. Sem a fome, o organismo rejeita o alimento. Sem fome a pessoa morre (de fome). Não estou considerando certas alternativas da medicina como a alimentação enteral, via sonda. Refiro-me estritamente ao processo natural.

Existem diversos tipos de sofrimento, bem como, inúmeras causas.

A primeira e maior de todas é a falta do conhecimento de Deus. Este é o motivo, a raiz principal e a origem de tudo.

Eis alguns outros:
- abandono de filhos a pais e de pais a filhos;
- desprezo entre irmãos e demais familiares;
- pela perda de um ente querido;
- pela despedida do emprego, principalmente em tempos de escassez;
- carência de alimentos para sobrevivência;
- por acometimento de enfermidades;
- por injúria, difamação, perseguição;
- pela falta de moradia;
- por desavença entre casais, incompreensões, falta de diálogo;
- frustrações diversas e ansiedade;
- perdas materiais e financeiras;
- preconceito social, racial, religioso ou cor da pele;
- por ser mulher; por ser homem;
- desprezo de amigos;
- solidão imposta;
- saudades;
- por preocupações diversas;
- pelo sofrimento dos outros, notadamente quando nada pode ser feito;
- injustiças diversas;
- ... a lista é enorme; tende ao infinito.

Vontade de Deus x Vontade Humana

Invariavelmente, a vontade de Deus com relação ao ser humano está intimamente associada à morte ou resignação deste. Com efeito, para que a vontade de Deus seja realizada, é necessário que intervenha a morte do ser humano, ou seja, a renúncia de sua vontade própria, visto que esta é contrária e incompatível com a vontade de Deus.

Nesse contexto, a morte (escolha da vontade de Deus) sempre esteve e estará negativamente relacionada com a vontade própria do ser humano. Vide a história de Adão e Eva.

Isso porque, o ser humano não consegue, naturalmente, fazer a vontade de Deus sem renunciar à sua própria. Por quê? Porque a vontade do ser humano está associada à natureza caída, herdada de Satanás e esta é oposta à natureza de Deus.

Mesmo se considerarmos a vontade natural, intrínseca do ser humano, antes da queda, ainda assim, há resistência à obediência a Deus.

A vontade de Deus não é recebida comodamente pelo ser humano, nem mesmo sem questionamentos e resistência.

Daí, a necessidade da interveniência da morte. Para o homem fazer a vontade de Deus, só mesmo morrendo. Ou seja, renunciando à sua própria vontade, pela ação direta da cruz em sua vida.

Logicamente, Deus só podia tratar com o ser humano depois de criá-lo. Impossível antes! Deus precisava deixar o homem tomar a sua própria decisão. Por isso, Ele o criou com o livre-arbítrio. O ser humano possui decisão pessoal.

Origens do Sofrimento.

Em princípio, por desconhecer a Deus, o sofrimento do ser humano tem como origem, raiz ou causa primeira, o seu desejo de fazer o que bem entende, tendo como resultado imediato a sua rebelião contra Deus.

A raça humana possui obsessão por obedecer à sua vontade própria. Quando lhe é oferecida a oportunidade de escolher a vontade de Deus, ele não se dispõe a abrir mão da sua vontade própria.

Assim, vem seu sofrimento. Isto é, a decisão de substituir a sua vontade pela vontade de Deus. É a escolha de fazer a vontade de Deus em detrimento de sua própria. E isso, para o ser humano natural, é sofrimento.

Naturalmente o homem não aceita isso! Lembre-se de que Eva, antes de ceder à tentação, portanto fato anterior à queda, ela já possuía a tendência de resistir a obedecer a vontade de Deus. Só faltava o incentivo. A tentação, efetivamente, foi a gota d’água.

Por isso, a necessidade do advento da morte (o ato de rejeição da vontade própria), a qual traz consigo o sofrimento, a "dor de cotovelo" (expressão de tristeza por ter de abrir mão da vontade própria), a discordância, a insatisfação, o descontentamento proveniente da renúncia à vontade pessoal.

Com isso, para conseguir ser reabilitado à presença de Deus, ele deveria renunciar à sua vontade própria (morte) para fazer a vontade de Deus.

Assim é que se opera a morte no homem. Esse é o significado da cruz: morte! Ou dizendo de outra forma: trocar a vontade própria pela vontade de Deus. Negação de si mesmo. Isso é renúncia! Isso é morte!

Algo, entretanto, pode permanecer em questão: todo sofrimento tem origem, ou é resultado da desobediência a Deus? A resposta é: Sim! Em linhas gerais, sim!

Porém, observe! Pode haver exceção.

Há o que poderíamos chamar de sofrimento secundário. Ou seja, o sofrimento derivado de outro sofrimento. Ou aquele sofrimento que não é resultado direto da desobediência.

Por isso, a cruz se faz necessária. É imprescindível morrer!

Dessa forma é que vem o sofrimento. O sofrimento, então, é resultado dessa luta interior contínua do ser humano que deseja fazer a vontade de Deus. Essa batalha intensa do espírito do homem recriado contra a natureza carnal: a teimosia em fazer a vontade própria. Aí é onde entra a ação da cruz.

Neste caso, o sofrimento não é provocado pela vontade de Deus em si mesma. Ele é provocado pela rejeição natural do ser humano em obedecê-la. O sofrimento não deriva da execução da vontade de Deus, mas do sentimento do ser humano oposto à vontade divina, que é fazer a sua própria vontade.

Mas, alguém pode argumentar: "Quem obedece também sofre!". Sim, é verdade! Porém, existem duas observações a serem consideradas:

Primeira, o sofrimento não é o imediato, mas o sofrimento que é resultado da permanência em uma condição anteriormente estabelecida, contrária à vontade de Deus, condição essa que exige a necessidade de mudança atual. Ou seja: o sofrimento interior provocado pela necessidade de mudança.

A pessoa sofre porque sabe que precisa mudar. A sua própria disposição/propósito em mudar é combatida pela sua vontade latente de permanecer sem mudança, sem nenhuma alteração. A resistência à mudança. O desejo de continuar como está.

Segunda, o sofrimento provocado por condições exteriores, não da própria pessoa, exatamente pela concretização de ações decorrentes da obediência. Isto é, o sofrimento de origem externa, infligido por alguém ou por condições adversas, desencadeadas exatamente, por causa da obediência a Deus.

O sofrimento de Jesus é o exemplo por excelência. De fato, Ele sofreu, porque obedeceu. Todo o sofrimento de Jesus teve como causa a obediência ao Pai.

Como a vontade de Deus sempre é benéfica, perfeita e amorosa, e a do ser humano, na condição de caído, é sempre má, conforme registrado no capítulo 6 de Gênesis, haverá, sempre, o sofrimento decorrente desse conflito.

Quando alguém resiste ao que Deus fala, Ele o deixa andar segundo seus próprios caminhos. O sofrimento deste vai ser insuportável, a ponto de clamar ao Senhor, novamente. Vide os Salmos históricos 81, 106 e 107.

O que nos causa mais sofrimento? É exatamente a resistência que temos em nos submeter à vontade de Deus.

Como aliviar o sofrimento? Vivendo em um estado contínuo de morto, de resignado, de crucificado. Paulo disse: "Estou (tem a conotação de continuidade) crucificado com Cristo".

É impossível querer fazer ou deixar de fazer as coisas por própria força e vontade. A chave é descansar em Deus, sem fugir da responsabilidade individual, e confiar nele. Aí o sofrimento será infinitamente menor, por não haver resistência em realizar a vontade de Deus.

O que devemos fazer diante dessa realidade?

Atitudes a serem tomadas:
1) Reconhecer nossos erros, assumindo nossa responsabilidade;
2) Reconhecer nossa total dependência de Deus, sem deixar de fazer a nossa parte - "esforça-te..." Josué 1;
3) Tomarmos atitudes e ações concretas, que demonstrem nosso arrependimento e desejo de mudança;
4) Caminhar com persistência e perseverança no compromisso assumido com Deus e conosco mesmo;
5) Esperar com confiança e pacientemente no cumprimento de suas promessas para nós;
6) Não nos esquecermos que vidas podem ser beneficiadas com nosso sofrimento, segundo a vontade de Deus;
7) Entender que o sofrimento não é o fim mas o instrumento, o caminho, o meio que Deus usa para nos proporcionar a felicidade eterna.

Observem essas proposições:
1) Não pratiquemos ações que nos levem ao sofrimento desnecessário;
2) Tenhamos o consolo pela lembrança de que outros também sofrem - 1 Pe 5.8-10;
3) Regozijar-se ao passar pelo sofrimento em vista do consolo futuro - I Pe 4.12-14;
4) Considerarem-se felizes ao serem perseguidos - Jesus - Mt 6.11;
5) Alegrai-vos no Senhor - Fp 4.4;
6) Reinar já, apesar dos sofrimentos - Rm 5.17;
7) Possuir alegria contínua em todo tempo - Salmo 118.24;
8) Revestir-se de louvor em vez de espírito angustiado - Isaías 61.

Continua - Aguarde a SEGUNDA PARTE