31 de julho de 2018

A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal

Ézio Pereira da Silva

Gênesis 2.8-9; 15-17; 3.1-24


Houve alguém que sempre viveu sem as dificuldades, fadigas e problemas tão comuns aos meros mortais; sobreviveu sem problemas de ordem financeira, livre de enfermidades, preocupações, sentimentos de aflição, dores, saudades, raiva, frustrações, decepções, desprezo, mágoas, angústias, paixões, piedade, traições, rancores, sentimentos de perda, revolta e inúmeros outros.

Esse mesmo ser sempre desfrutou do melhor que a vida pode oferecer, conviveu com uma paz efetiva, pertenceu a uma família harmônica, possuiu bom relacionamento com a sociedade, governo, justiça e, durante sua existência, sempre foi uma pessoa afortunada e feliz. Nunca, jamais se viu em qualquer adversidade. Ou seja, realmente alguém que só viveu no contexto do bem.

Claro! Essa é uma concepção fictícia. Excetuando-se a pessoa de Jesus, nunca existiu ninguém com esse histórico. Mas, imaginemos alguém assim!

Quem, por acaso, pudesse nascer e viver somente sob a tutela do bem, jamais conseguiria conhecer e muito menos entender o que, de fato, é o bem. Qualquer ser humano só tem condições de perceber a existência, a essência e o caráter do bem, por meio da adição e confrontação de um outro elemento completamente oposto ao que já tenha vivenciado. Um contraponto! Um contraste real!

Esse elemento, imprescindível para informar e trazer à consciência a existência e a essência real do bem, conhecemos como o mal moral. Tão somente em comparação com o mal moral é que o ser humano tem condições de perceber e entender o que, de fato, é o bem. Se não tiver o mal como contraste e referencial, o bem jamais pode ser reconhecido como o bem moral, na sua essência. 

Uma pessoa só tem condições de sentir uma sensação de prazer, por exemplo, pela presença prévia de um desprazer, durante um tempo suficiente que o coloque em um estado indesejável de incômodo que lhe provoque um desejo de se ver livre dele. 

Isso é possível exatamente pela interrupção e ausência desse desconforto, após haver passado um lapso de tempo pela desagradável experiência.

É o caso da cessação de uma dor aguda e persistente, depois de uma pessoa ter sofrido a sua sensação dolorosa. Sem o concurso desse sofrimento, ela jamais poderá obter essa preciosa sensação de alívio.

Alguém já disse, brincando, que “gostaria de sofrer um tempo de dor só para ter o prazer de sentir o alívio do sofrimento que ela provoca”.

O que vai definir a quantidade e a qualidade do bem que alguém terá é a quantidade e a qualidade do mal que lhe sobreveio. É a vitória depois da batalha que só pode ter lugar com o advento da guerra. Sem esta, aquela é impossível.

A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal

Neste ponto é que entra o concurso da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal na história do ser humano.

Para que serviu a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal no Jardim do Éden? Ela teria alguma função especial? Sim! Qual seria a sua função? Qual a necessidade de ter sido ela plantada ali?

Deus fez brotar no Jardim do Éden a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal com um objetivo definido. Como o próprio nome informa, ela foi estabelecida naquele lugar com um propósito definido e uma finalidade específica: a de fornecer ao ser humano o conhecimento.

Conhecimento de quê? Conhecimento do bem e conhecimento do mal! De que forma? Experimental. Por contraste. A fim de que o ser humano pudesse distinguir entre um e outro e obtivesse a capacidade de discernimento e de escolha.

Ela foi colocada no jardim do Éden, a fim de que o ser humano tivesse, por experiência, o conhecimento do bem e do mal. Foi usada como elemento coadjuvante, necessário à formação do nível da consciência humana adequado para discernir entre o bem e o mal.

Deus não criou robôs! Ele criou seres inteligentes, pensantes, livres, com capacidade de escolha e, consequentemente, responsáveis por suas decisões.

Deus não força ninguém a andar em seus caminhos. Concedeu, porém, aos seres humanos a livre escolha de decidirem, por si próprios, se querem seguir a Deus e o bem ou, se não querem.

Apresentou aos pais da raça humana o bem e o mal para que, de maneira inteligente, isto é, com responsabilidade, pudessem decidir e, como seres livres, tais como foram criados, escolhessem livremente o caminho que desejassem.

Por isso, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal fazia parte do processo de formação e aperfeiçoamento do ser humano, quanto à sua constituição moral.

Observe atentamente essa informação! A Árvore não era má! Ela não produzia o mal. Ela era a Árvore do Conhecimento! Proporcionava o conhecimento de ambas as coisas: do bem e do mal e a relação entre elas de forma experimental, através da capacidade da comparação.

O objetivo final de tudo isso visava a criação de seres humanos como verdadeiros e espontâneos adoradores do Deus Criador, além de forçar a manifestação do mal na sua essência, a fim de ser aniquilado para sempre.

Numerosas vezes, ao promulgar um juízo através de castigo ou punição, Deus anunciava o efeito didático do referido mal dizendo: "... e saberão que Eu Sou o Senhor”! Ou seja, tendo coercitivamente contato com o mal como um elemento imposto, eles conseguirão entender a bondade e soberania de Deus.

O ser humano teria oportunidade de conhecer um e outro: o bem e o mal. E, entre ambos, o produto ou resultado final, através da relação entre as duas realidades. E isso, não só na experiência mas, também, na percepção e no entendimento da essência de cada uma delas.

A partir daí, o mal moral já não seria mais um inimigo oculto, não manifesto. inexistente, irreal, fictício. Ao mal, foi imposto, pelo Senhor Deus, que se tornasse claramente notório pela criatura recém criada e formada à imagem e semelhança de Deus.

Dessa forma, não sendo obrigado a escolher o mal, por ter sido capacitado com discernimento, o ser humano pode, de maneira sábia, fazer a escolha certa, reconhecendo Jesus Cristo como o Único Senhor e Salvador de sua vida.

Com essa decisão, o ser humano mostra que compreendeu todo o sentido e finalidade desse instrumento de Deus, plantado no Jardim do Éden.

Feliz aquele que der crédito a essa verdade!



25 de julho de 2018

A Utopia da Liberdade

Ézio Pereira da Silva 

“Ao Senhor (Deus) pertence a terra e tudo o 
que nela se contém, o mundo e os que 
nele habitam” - Sl 24.1.

O ser humano não é tão livre como pensa! Se não, vejamos!

Até mesmo a "sua escolha" por um cônjuge não é propriamente dele. Ou seja, nem o rapaz nem a moça possuem determinação própria, nem mesmo liberdade absoluta para escolher. Explico!

Se um jovem gosta de uma loura, de uma morena, de uma ruiva ou de uma negra, essa preferência já está no seu DNA, colocado por Deus, o Criador. É determinação genética para ele. Ele pensa que "escolhe". Mas, na verdade, ele apenas, em determinado momento de sua vida, passa a ter conhecimento daquilo que em seu DNA já está predeterminado.

Uma jovem que tem preferência por um negro, o rapaz louro de olhos azuis não vai lhe interessar. Não é ela quem define isso, mesmo que queira. Não há como ela dar preferência por alguém incompatível com aquele tipo biológico já determinado em seu DNA.

A mesma coisa para uma fruta. Por exemplo, minha esposa ama figos verdes, doce de figos, etc. Eu não gosto. Não fui eu quem determinou isso. Já estava lá no meu DNA antes de eu nascer. 

Um dia tentei comer uma compota de figo muito linda e atrativa. Quem foi que disse que eu consegui? Não teve jeito! Joguei fora, apesar de ter achado linda. Não adianta! Eu nunca vou conseguir gostar de figos, nem mesmo forçando a barra.

Eu não decidi gostar ou não de figos. Apenas percebi que não gostava.

Por outro lado, gosto muito de pequi. Já outra pessoa da minha família não suporta nem o cheiro. Não fui eu nem ela quem determinou isso! 

Da mesma forma, não escolhemos nossa compleição física. Não decidimos nossa estatura, cor da pele, preferências por cores, fragrâncias ou sabores, nem quem seriam os nossos ancestrais. Já nascemos com paladares predeterminados.

Não temos nenhuma capacidade de interferência em “achar” alguém ou algo bonito ou feio. Simplesmente achamos! Não decidimos ter medo de algo. Simplesmente temos! Apenas percebemos essas particularidades nossas.

Não adianta pintar os cabelos. Eles vão continuar com a cor original. O que você pode fazer é apenas mudar a aparência. Mas, isso é superficial.

Dá pra entender que o ser humano não é tão livre assim como pensa que é?

Consegue compreender como Deus tem tudo, absolutamente tudo, sob o seu total controle? “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina” - Pv 21.1.

Entretanto, ele pode, se quiser, dar liberdade para o ser humano para determinadas coisas, dentro de um certo limite. E Deus faz isso com muita frequência.

Para algumas coisas, Deus usa de sua soberana determinação. Para outras, ele dá liberdade total ou parcial, conforme seus propósitos, para que o ser humano escolha.

Paralelo a tudo isso, a maior e mais importante liberdade (na verdade, uma responsabilidade) Deus, na sua benevolência, lhe concedeu: a de escolher o seu destino eterno. Ou seja, a vida eterna ou a morte eterna é escolha pessoal, livre e exclusivamente sua.

Sendo essa concessão uma verdade absoluta, o amor de Deus por você lhe dá esse sábio conselho: escolha a vida!

De que forma você pode fazer isso? Reconhecendo e recebendo Jesus Cristo como Único Senhor e Salvador de sua vida.

Sabedoria de vida: não resista a Deus! Ele sabe perfeitamente o que é melhor para você!

Um detalhe super importante: Deus possui o maior, incomparável e melhor “bom gosto” de todo o universo e de todos os tempos!

Procure conhecer a Deus. É a melhor coisa que você pode fazer nesta presente vida!